ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 08.06.1998.

 


Aos oito dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Terceira Sessão Ordinária, que foi aprovada, juntamente com as Atas da Quadragésima, da Quadragésima Primeira e da Quadragésima Segunda Sessões Ordinárias e da Décima Sexta Sessão Solene. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, 01 Pedido de Providências e as Indicações nºs 42, 44 e 46/98 (Processos nºs 1824, 1826 e 1850/98, respectivamente); pelo Vereador Hélio Corbellini, 01 Pedido de Providências e a Indicação nº 48/98 (Processo nº 1858/98); pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 80/98 (Processo nº 1718/98); pelo Vereador João Dib, o Pedido de Informações nº 78/98 (Processo nº 1834/98) e 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/98 (Processo nº 1798/98); pelo Vereador Pedro Américo Leal, a Emenda nº 06 ao Projeto de Lei do Executivo nº 17/98 (Processo nº 1798/98); pela Vereadora Sônia Santos, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 249/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98, do Vereador João Dib, Presidente da Comissão Especial constituída para tratar de incentivo à produção musical no Município de Porto Alegre; 03/98, do Senhor Porfírio Peixoto, Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul; 37/98, do Senhor Luiz Carlos Mandelli, Presidente do Diretório Metropolitano PPB - POA; 202/98, da Senhora Margarete Costa Moraes, Secretária Municipal da Cultura; 510/98, do Senhor Clóvis José Formolo, do Gabinete da Presidência da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; s/nº, da Senhora Nina Beatriz Stocco Ranieri, do Gabinete do Reitor da Universidade de São Paulo; s/nº, do Senhor Elodir Kowalski da Silva, Presidente da Associação Sul-Riograndense dos Viajantes Comerciais - Caixeiros Viajantes; s/nº, do Senhor Jocelei Luiz Consalter Flôres, Presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS; s/nº, da Senhora Maria Amália Martini, Presidenta da Federação das Mulheres Gaúchas - FMG; Telegramas: do Senhor Vitor Faccioni; da Senadora Emília Fernandes; do Desembargador Antônio Guilherme Tanger Jardim, Presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS; do Senhor Luiz Antônio Tirello, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado/RS; do Senhor Flávio Vaz Netto, Secretário dos Transportes do Estado/RS; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Homero Santos, Presidente do Tribunal de Contas da União; do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual/RS; do Senhor Anselmo Santiago, Ministro do Superior Tribunal de Justiça; do Senhor Nelson Boeira, Secretário de Estado da Cultura/RS; do Senhor Sydney Sanches, Ministro do Supremo Tribunal Federal; Relatórios: da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, encaminhando o Relatório Geral da I Bienal Mercosul; da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, encaminhando o Relatório Anual/97; do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, encaminhando o Relatório Anual/97. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José Ângelo Gomes de Oliveira, Diretor de Comunicações da Associação Comunitária 24 de Junho dos Moradores do Jardim Leopoldina II e Humaitá, que discorreu acerca dos objetivos buscados pela Associação que representa, solicitando o acompanhamento da Casa nas negociações que estão sendo realizadas junto ao Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, a fim de regularizar a situação de imóveis do Bairro Jardim Leopoldina e impedir a desocupação judicial na área. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Sérgio Cupini, Conselheiro do Orçamento Participativo, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Às quatorze horas e vinte e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, tendo os mesmos sido retomados às quatorze horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear os setenta anos de existência da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 85/98 (Processo nº 919/98), de autoria do Vereador Luiz Braz. Compuseram a Mesa: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Professora Célia Maria Plácido Santos, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; a Irmã Nívea Siviero, Madre da Congregação das Irmãs Franciscanas; a Irmã Antônia Maria, Membro do Primeiro Grupo de Irmãs Franciscanas de Porto Alegre; a Irmã Edi Nicolau, Conselheira-Geral e Secretária da Congregação; o Vereador Juarez Pinheiro, 1º Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz saudou o transcurso do septuagésimo aniversário da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida em Porto Alegre, historiando fatos relativos à sua fundação e discorrendo sobre as atividades assistenciais e educacionais promovidas por essa Congregação. Também, procedeu à leitura da "Oração de São Francisco de Assis". Na ocasião, foram apregoados Requerimentos dos Vereadores Tereza Franco e Henrique Fontana, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossados na vereança os Suplentes Jocelin Azambuja, em substituição à Vereadora Tereza Franco, e Cyro Martini, em substituição ao Vereador Henrique Fontana, informando que Suas Excelências integrarão a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Jocelin Azambuja prestou sua homenagem à Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, salientando o trabalho de difusão do espírito cristão por ela realizado junto à comunidade porto-alegrense, em especial através das atividades do Colégio Rainha do Brasil. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças, como extensão da Mesa, da Irmã Ignês Pisasson, Diretora da Escola Rainha do Brasil, das Senhoras Geni Terezinha Weber e Lenir Terezinha Heinen, respectivamente, Vice-Diretora da Escola Rainha do Brasil e Vice-Diretora da Escola Nossa Senhora do Brasil, e da Senhora Sandra Jockyman, Diretora do Instituto Frei Pacífico. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Garcia destacou a importância do trabalho da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, destacando o atendimento educacional de crianças portadoras de deficiência auditiva realizado através do Instituto Frei Pacífico. A Vereadora Maria do Rosário, ao saudar o transcurso dos setenta anos da Congregação hoje homenageada, ressaltou o sentimento de abnegação manifestado pelas integrantes dessa Instituição no exercício de suas ações comunitárias e educacionais, afirmando objetivarem tais ações desenvolver na comunidade o espírito solidário e de aceitação dos valores cristãos. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Professor Edson Cardoso, Presidente da Federação Brasileira dos Profissionais de Educação Física; congratulou-se com a Professora Liliane Giordani, pela tradução, para a linguagem de sinais, dos pronunciamentos hoje aqui efetuados, e prestou informações acerca de iniciativa das Irmãs responsáveis pelo Colégio Rainha do Brasil, no sentido de batizar como Rua Irmã Clara Maria um logradouro público localizado nas proximidades do referido estabelecimento de ensino. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Clênia Maranhão, ao referir-se às inúmeras obras realizadas pela Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, teceu considerações acerca dos ideais de valorização e manutenção dos princípios da solidariedade e de assistência social defendidos por essa Congregação através da participação ativa na vida comunitária. O Vereador João Carlos Nedel discorreu sobre fatos relativos à fundação e à atual estrutura organizacional da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, salientando estar a mesma representada e atuante em outros Estados brasileiros e também em nível internacional, estando presente em países como Bolívia e Guiné-Bissau. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Irmã Edi Nicolau, que, em nome da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo. Na ocasião, o Vereador Cláudio Sebenelo manifestou-se acerca do trabalho desenvolvido pela Professora Liliane Giordani, de tradução dos discursos realizados na presente Sessão para a linguagem de sinais, a fim de que alunos do Instituto Frei Pacífico, presentes nas galerias do Plenário Otávio Rocha, possam ter acesso ao teor dos pronunciamentos proferidos durante a presente solenidade. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, às quinze horas e trinta e quatro minutos, declarou suspensos os trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, sendo retomados às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de "quorum". Em GRANDE EXPEDIENTE, O Vereador Adeli Sell externou sua preocupação com as conseqüências advindas para o quadro funcional do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. - BANRISUL, que passou a ser responsável também pelo atendimento nas agências da Caixa Econômica Estadual, em função da unificação dessas duas instituições bancárias. Também, teceu considerações acerca da qualidade dos serviços prestados pela Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT, e pela Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. A Vereadora Anamaria Negroni propugnou pela agilização dos procedimentos referentes à Comissão Parlamentar de Inquérito instituída pelo Requerimento nº 269/97 (Processo nº 3248/97), com a finalidade de apurar atividades do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, discorrendo a respeito do assunto. Na oportunidade, face a manifestações da Vereadora Anamaria Negroni, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos procedimentos adotados para a tramitação do processo relativo à Comissão Parlamentar de Inquérito anteriormente referida. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Antonio Hohlfeldt registrou a posse da nova diretoria da Associação Riograndense de Imprensa - ARI. Também, comentou iniciativa da referida entidade, a fim de que seja instituído o dia primeiro de junho como "Dia da Imprensa" no Brasil, e referiu-se a artigo publicado pelo jornal "O Cristóvão", da Associação Cristóvão Colombo, relativo ao cumprimento de tabelas e preços fixados pelos jornais comunitários desta Capital. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal pronunciou-se a respeito dos problemas ocasionado pelo uso de drogas, mencionando o Projeto de Lei do Legislativo nº 116/97, de sua autoria, referente à obrigatoriedade de divulgação de mensagens educativas em material impresso e promocional do Município ou de empreendimentos patrocinados pelo poder público. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença de representantes da Paróquia Santo Antônio do Partenon, que procederam à distribuição de pães bentos aos Senhores Vereadores, em alusão ao transcurso do Dia de Santo Antônio, a ocorrer no dia treze de junho do corrente. Às dezesseis horas e dezesseis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dezenove minutos, constatada a existência de "quorum". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria do Rosário contraditou críticas recebidas pelo Executivo Municipal, relativas ao volume de verbas aplicadas em publicidade institucional e à sistemática de atendimento ao público adotada pelos plantões técnicos das Secretarias Municipais. O Vereador Nereu D'Ávila criticou a desativação do Serviço de Ronda Social pelo Governo do Estado, afirmando que tal atividade também deve ser exercida pela Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC. Ainda, manifestou-se contrariamente à iniciativa do Governo Federal, de transformar a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras - CPMF, em um tributo permanente. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a realização, no dia treze de junho do corrente, na Paróquia de Santo Antônio do Partenon, da Festa de Santo Antônio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini discorreu sobre o Requerimento nº 149/98, de sua autoria, no qual solicita que, através da Procuradoria da Casa, seja ajuizada ação judicial contra o Poder Executivo Municipal e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul por omissão, em função do falecimento do Senhor Plínio Luiz Beckmaier. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Hélio Corbellini, foi feito um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Plínio Luiz Beckmaier, falecido no dia cinco de junho do corrente. Também, a Vereadora Maria do Rosário formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando Parecer da Procuradoria da Casa com relação à ação judicial objeto do Requerimento nº 149/98, tendo o Senhor Presidente, face às manifestações dos Vereadores Pedro Ruas e João Dib, prestado esclarecimentos acerca do teor do Requerimento nº 149/98 e dos procedimentos de tramitação a serem observados em relação ao mesmo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt, reportando-se ao discurso da Vereadora Maria do Rosário, ratificou as denúncias contraditadas por Sua Excelência, relativas aos gastos do Executivo Municipal com publicidade e à sistemática de atendimento ao público adotada pelas Secretarias Municipais. Ainda, teceu considerações acerca de editorial publicado na edição do Jornal do Brasil do dia três de junho do corrente, intitulado "Democracia relativa". O Vereador Jocelin Azambuja pronunciou-se a respeito das funções e finalidades da Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC. Também, discorreu sobre o sistema público de saúde ora colocado à disposição da população de Porto Alegre, salientando a necessidade de que seja destinado maior volume de verbas para a manutenção dos postos de saúde na Capital. O Vereador Lauro Hagemann registrou a realização, ontem, nas dependências do Estádio Municipal Ramiro Souto, da cerimônia de abertura da Copa da Solidariedade, promovida pela União das Associações de  Moradores de Porto Alegre - UAMPA. Ainda, propugnou pela adoção de medidas que possibilitem o aumento do número de espaços públicos destinados à prática de esportes no Município. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 17/98, discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell, Renato Guimarães e Maria do Rosário. Na ocasião, o Senhor Presidente destacou a necessidade de que os Oradores da tribuna atenham o teor de seus pronunciamentos à matéria em debate e registrou a presença do Deputado Federal Fetter Júnior. Às dezoito horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e quatro minutos, constatada a existência de "quorum". A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se a ORDEM DO DIA. Na ocasião, face à manifestação do Vereador Guilherme Barbosa, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos relativos à Quadragésima Sexta Sessão Ordinária. Também, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais. Foram aprovados Requerimentos verbais dos Vereadores Antônio Losada e Jocelin Azambuja, solicitando alteração na ordem de apreciação dos projetos constantes na Ordem do Dia, tendo o Senhor Presidente, face às manifestações dos Vereadores João Dib e Elói Guimarães, prestado esclarecimentos acerca destes Requerimentos. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 197/97. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 212/97, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Cyro Martini e Jocelin Azambuja. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 09/98. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 60/94 que, após ser discutido pelo Vereador Jocelin Azambuja, teve adiada sua discussão por três Sessões a Requerimento, aprovado, da Vereadora Anamaria Negroni. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 60/94, o Vereador Isaac Ainhorn cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Jocelin Azambuja. Este Requerimento da Vereadora Anamaria Negroni, relativo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 60/94, foi aprovado por dez votos SIM e dez ABSTENÇÕES, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, após ser aprovado em sua votação simbólica, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Jocelin Azambuja, e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, João Dib, José Valdir, Maria do Rosário e Cyro Martini. Às dezoito horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de "quorum". Na ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelo Vereador Isaac Ainhorn e João Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação do Requerimento da Vereadora Anamaria Negroni, anteriormente mencionado. Às dezoito horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de "quorum". Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/97. Na oportunidade, foi votado Requerimento do Vereador Paulo Brum, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 45/97, o qual obteve doze votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn, José Valdir, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Cyro Martini e Jocelin Azambuja e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Dib, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de "quorum" deliberativo. Às dezoito horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a inexistência de "quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos à

TRIBUNA POPULAR

 

Convidamos para fazer parte da Mesa o Sr. José Ângelo Gomes de Oliveira, Diretor de Comunicações da Associação Comunitária 24 de Junho dos Moradores do Jardim Leopoldina II e Humaitá. Também convidamos para fazer parte da Mesa o Sr. Sérgio Cupini, Conselheiro do Orçamento Participativo e Presidente do Conselho Tutelar Eixo Baltazar.

A Tribuna Popular de hoje será sobre os problemas da comunidade da Associação Comunitária 24 de Junho.

Sabemos que o período destinado ao Grande Expediente de hoje homenageia os setenta anos de existência da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 85/98, de autoria do Ver. Luiz Braz, Presidente desta Casa. Cumprimentamos a comunidade que já está presente.

O Sr. José Ângelo Gomes de Oliveira, representando a Associação Comunitária 24 de Junho dos Moradores do Jardim Leopoldina II e Humaitá, está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOSÉ ÂNGELO GOMES DE OLIVEIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou tentar, em 10 minutos, expor mais ou menos a situação, em nome da nossa Associação 24 de Junho dos Moradores do Jardim Leopoldina.

Somos uma Diretoria composta por quatro moradores, sem nenhum comprometimento político-partidário. Assumimos há pouco mais de um ano, porque considerávamos que se o pessoal que estava dentro do Leopoldina, há dez anos, não resolveu nada, penso que essa é uma prova de incompetência.

As diretrizes dessa Associação: entramos com um processo na Justiça; estamos tentando agilizar todo esse processo de negociação para colocarmos um ponto final nesse problema; estamos lutando para proteger a comunidade dos abusos que são cometidos atualmente, que são os despejos, um grande risco para a nossa comunidade; informar à opinião pública a real situação dessa negociação; desmentir que somos aproveitadores e que não queremos pagar as prestações - isso é uma mentira, uma artimanha usada para nos desacreditar -; unir a comunidade em um único movimento político-comunitário juntando o verdadeiro Jardim Leopoldina, de que faz parte o entorno, a Carcaça, a Vila Davi Canabarro, que foram fragmentados aparentemente para que perdêssemos forças.

Vimos pedir ao Presidente desta Casa que nos ajude tomando as providências necessárias ante a Comissão Parlamentar de Inquérito, pedindo mais agilidade para o processo que se encontra em andamento, pois mais de cinco mil pessoas dependem, entre outras coisas, da agilidade dessa CPI para resolver seus problemas. São cinco mil pessoas; não um grupo de dez ou vinte.

Queremos frisar bem a única expectativa da nossa população, que é resolver esse problema e começar a pagar a prestação de uma vez, com um preço justo, real, não um preço que tentam nos impor.

O Jardim Leopoldina parece estar num coma induzido pela DEMHAB. Perguntamos por quê. Será que esperam friamente passar as eleições? O DEMHAB já está fazendo pressão nos moradores com ameaça de despejo. O DEMHAB tem em torno de vinte advogados para contestar nossa ação na Justiça, para fazer despejo, para pedir reintegração de posse. Mas - pasme quem não sabe -, com todo esse aparato, eles compraram uma área de terra, que fez parte da negociação, e assumiram posseiro com ações de usucapião em última instância já. Compraram com o dinheiro bom uma coisa ruim. E isso foi para a nossa conta também - páginas 51 e 52 da escritura registrada no 3º Tabelionato. A avaliação de 1.2 CUBs, conforme está registrado nos Anais desta Casa - dia 24.08.95, turno 16, folha 01 -, baseia-se em dívidas da Guerino para com a Prefeitura, com a Caixa e mais uma multa do seguro da construção civil, pois, até a apresentação da carta de “habite-se”, o valor da multa ia crescendo. Então, o patrimônio deles estava diminuindo. Logo, ficou claro que a pressa era para solucionar o problema deles.

Que autarquia de habitação é essa que diz que os moradores vão ser remanejados porque não podem pagar o preço absurdo da prestação? Será que eles vão colocar uma imobiliária para vender esses prédios para a classe “A”? Até agora, eles alegam que foram conquistas. Penso que foram artimanhas para esconder esse preço absurdo. Entrou o tal de Plano Gradiente que, no mês seguinte, se tornou sem efeito. Talvez tenha durado um mês para alguns, dois meses para outros, mas se tornou sem efeito. Ou seja, ele foi feito para esconder o aumento que já estava programado para vir. Para não explodir o preço da prestação, usaram essa artimanha. Com esses trezentos meses, paga-se quase o valor de uma prestação do Plano Cem. É impossível que alguém diga que isso está correto.

O DEMHAB alega que moramos há muito tempo sem pagar. São artimanhas que usam. Já se falou que a pior situação é da Guerino e não nossa, pois a Guerino devia para todo mundo. Estavam se preocupando em liberar juros e multas deles. Será que uma empresa falida, devendo para todo mundo, é mais importante do que cinco mil pessoas, do que a vida da nossa comunidade? Em dois anos, sob pressão absoluta, conseguiram contratar cerca de 30% da população. É verdade. Quando assumimos, conscientizamos a população a assinarem os contratos para entrarmos na Justiça e legalizar a situação. Depois do que aconteceu com a Brigada, fui lá e pedi, por favor, para assinarem o contrato. Como a maioria dos primeiros assinaram, então, passou o impacto e, aí, as pessoas se retraíram. Nós, da Associação, conscientizamos a comunidade de que a única maneira de legalizarmos a situação para ingressarmos na Justiça era assinando o contrato, que, hoje, já foi assinado quase em sua totalidade. Isso não foi procurado pela população; foi orientação nossa, foi orientação do nosso advogado, Dr. Sérgio Fortes, de que deveríamos assinar para ingressarmos na Justiça.

A Associação está unindo toda a comunidade para, juntos, exigirmos uma solução, pois o que está para acontecer será uma tragédia. Não podemos ser tratados como invasores; somos moradores que investimos a nossa vida dentro do Jardim Leopoldina e, por isso, exigimos que sejamos tratados como tal. Queremos pagar um preço justo. Registramos, aqui, nesta Casa que, caso o DEMHAB venha a tomar uma atitude brusca, será rechaçado por essa população. Não aceitamos ser tratados como marginais, pois não somos. Nós investimos ali a nossa vida e não vamos aceitar, em hipótese alguma, um tratamento marginalizado. Somos uma comunidade de trabalhadores, pais de família, jovens e idosos que escreverá uma página na história de nossa Cidade. Estamos lutando, simplesmente, para não escrever com sangue essa página, pois isso é uma injustiça e não vamos aceitá-la. Pedimos, mais uma vez, que a Direção desta Casa nos auxilie no andamento da CPI. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença de todos e interromperemos a Sessão por alguns segundos para que os Vereadores possam se despedir dos nossos visitantes.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h26min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - às 14h28min): Srs. Vereadores, o Grande Expediente de hoje é destinado a homenagear os 70 anos de existência da Congregação das Irmãs Franciscanas de N. Sra. Aparecida de Porto Alegre.

Requeremos que - dada a presença de um grande número de participantes da Congregação das Irmãs Franciscanas de N. Sra. Aparecida, inclusive alunos do Rainha do Brasil e de todas as obras comandadas por essas Irmãs - pudéssemos votar a inversão, fazendo imediatamente essa homenagem.

Em votação o Requerimento nº 85/98. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Convidamos para fazer parte da Mesa a Professora Célia Maria Plácido Santos, representante do Sr. Prefeito Municipal; a Irmã Nívea Siviero, Madre da Congregação das Irmãs Franciscanas; a Irmã Antônia Maria, membro do 1º Grupo de Irmãs Franciscanas de Porto Alegre e a Irmã Edi Nicolau, Conselheira-Geral e Secretária da Congregação.

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, como proponente desta homenagem em Grande Expediente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.(Saúda os componentes da Mesa e demais convidados.) Eu quero cumprimentar a todas essas crianças maravilhosas que fazem parte desse trabalho magnífico realizado pelas Irmãs Franciscanas.

Eu recebi um trabalho tão bom, vindo das Irmãs, que sou obrigado a apresentá-lo para que os Vereadores possam conhecer um pouco mais dessa Congregação.

(Lê.)

“Em 1926 a Cidade de Porto Alegre acolheu concorrida celebração dos setecentos anos da morte de São Francisco de Assis. Os atos celebrativos religiosos, culturais e sociais foram coordenados e animados por Frei Pacífico de Bellevaux, da Ordem dos Frades menores Capuchinhos, integrante do grupo dos missionários que, por primeiro chegaram ao Rio Grande do Sul, vindos da Província Francesa de Savoia.

Muitas lideranças porto-alegrenses, de diversas áreas, participaram ativamente desse evento junto com Frei Pacífico. Dentre outros, Dr. Armando Dias de Azevedo, advogado; Dr. Ricaldane, médico; Dr. Annes Dias e D. Sinhá, sua esposa, grandíssimo amigo de Frei Pacífico, que testemunharam como Madre Clara Maria de Azevedo e Souza, depois, ter sido nesta ocasião que conheceram e vivenciaram significativamente a riqueza e a atualidade do carisma Franciscano.

Um pequeno grupo de moças, professoras públicas algumas, a partir desta experiência, decidiram não ingressar nas Congregações Religiosas existentes já na década de 1920, em Porto Alegre, como pensaram até então. Sentiram que deveriam buscar e obtiveram a aprovação do Arcebispo D. João Becker para fundar uma ‘Congregação Nacional com Espírito Franciscano’ (2). O Arcebispo de Porto Alegre, sensível à originalidade da proposta, zeloso guardião de sua grei, designou Frei Francisco Pacífico de Bellevaux para acompanhar a fundação autóctone que desabrochava em sua diocese e garantir a identidade Franciscana que a mesma aspirava vivenciar.

Aos 17 de setembro de 1927, as fundadoras reuniram-se, lideradas por Morena de Azevedo e Souza e aprovaram os Estatutos da Sociedade Beneficente Cruzeiras de São Francisco, nome civil que até hoje identifica a Congregação.

Em 1928, na festa onomástica, o Arcebispo Metropolitano acima nomeado, celebrou missa, a convite, no Pensionato Nossa Senhora do Brasil, residência das fundadoras, sediada na Rua 1º de Março, nº 673, hoje Rua Sarmento Leite, mesmo número, edifício Vila Morena. D. João Becker, acolitado na ocasião por seu secretário particular e, depois, seu substituto na administração da Arquidiocese e Cardeal D. Vicente Scherer, valeu-se de um simbólico e grandioso gesto para confirmar a intenção daquele pequeno grupo de gaúchas que aventuraram-se a iniciar essa singular e carismática obra - abrir espaço aonde fosse possível consagrar a vida a Deus vivendo o Evangelho de Jesus Cristo - como Francisco de Assis, ao modo de ser brasileiro.

Dom João Becker encerrou aquela celebração eucarística, oficializando a capela da residência daquele grupo de leigas com o direito de manter guardadas as Espécies Sagradas, dizendo: ‘Deixo Nosso Senhor entregue aos cuidados das senhoras’.

As fundadoras, percebendo a significação especial da parte do representante da Igreja, na ocasião, confirmaram esse dia como o da fundação da Congregação e o Carisma Congregacional foi enriquecido com a mística de presença de Jesus nas residências de todos os grupos de Irmãs, a partir de então, transformando-as em novas ‘Betânias’, onde novas Martas, Marias procuram manter o clima de acolhimento e acessibilidade perante todos, sem distinção, servindo com singular atenção aos sem vez e sem voz.

A aquisição do imóvel da Rua 1º de Março, possibilitou às novéis Irmãs iniciarem a concretização do comum ideal de vida religiosa ao modo de ser do povo brasileiro e sua ação pastoral primeira, consistiu em atender jovens provenientes do interior do Estado, necessitadas de hospedagem. Abriram, então, o Pensionato Nossa Senhora do Brasil.

Em 1935, no dia 30 de junho, homenageando Paulino Chaves, em memória de quem sua esposa, Dona Eloísa Sampaio Chaves Barcellos, doara terreno com residência às Irmãs, transferiram-se para o então Morro do Partenon, na Rua Paulino Chaves nº 262.

Foi nessa ocasião e em vista dessa ocorrência que, pelo Decreto nº 283, de 27 de junho de 1935, o Prefeito Alberto Bins concedia a essa Rua o nome que conserva ainda hoje.

Sucederam-se fundações de betânias nos municípios gaúchos. Entre as dezenas podem ser citados os Municípios de Cotiporã, Bom Retiro do Sul, Arvorezinha, algumas instituições na Cidade de Porto Alegre e no vizinho Estado de Santa Catarina.

O número de Irmãs aumentou e diversificou-se a ação religioso-social-educativa, como comprova a existência da Escola de 1º Grau Rainha do Brasil, situado no local e prédios doados por Dona Eloísa com as ampliações exigidas ao longo do tempo; EPHPHETA, Instituto Frei Pacífico, escola e clínica para surdos, na mesma Rua Paulino Chaves nº 235; da Escola de 1º Grau Nossa Senhora do Brasil, situada na Rua Alarico Valença nº 161, no Bairro Partenon; do Hospital de Caridade Sant’Ana, de Bom Retiro do Sul; de residências pastorais e formativas, na Lomba do Pinheiro, na Ilha das Flores, em Mathias Velho, entre outras. As décadas sucederam-se intercalando avanços e desafios à obra de Morena de Azevedo e Souza que, ao professar da vida religiosa, passou a chamar-se Irmã Clara Maria; oficializada a Congregação, assumiu a direção da mesma, sendo reconduzida ao cargo nos primeiros trinta e oito anos. O reconhecimento das Irmãs e o carinho que mereceu, consagraram-na como Madre Clara Maria de Azevedo e Souza, ou como Madre Clara Maria, simplesmente.

Em 1947, a Congregação das Religiosas, em Roma, aprovou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida, erigindo-a de Direito Diocesano e, em 1982, Sua Santidade o Papa João Paulo II concedeu-lhe o reconhecimento pontifício, o que significa que a mesma, desde então, goza do direito universal recebendo, por isso, o mandato apostólico de evangelizar em qualquer parte do mundo.

Desde 1980 as Irmãs Franciscanas Aparecidas mantêm fraternidades também nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e estão atuando, ainda, em missões ‘ad gentes’, com duas fraternidades na Guiné-Bissau, África Ocidental, e uma fraternidade na Bolívia. As Irmãs Aparecidas, como são familiarmente conhecidas, professam a regra e a vida dos Irmãos e das Irmãs da Terceira Ordem Regular de São Francisco de Assis e invocam Nossa Senhora Aparecida como Mãe e especial Padroeira. Inspirada nos seus fundadores, as Irmãs propõem-se a servir o povo de Deus recebendo, carinhosamente, sem distinção de pessoas, as jovens que quiserem abraçar essa vida, na missão de viver segundo a forma do Evangelho de Jesus Cristo e de servir as pessoas e as classes mais abandonadas, que não têm lugar nem vez na sociedade.”

Eu fiz questão, neste final de pronunciamento, de reservar alguns segundos para a oração que eu mais gosto de fazer e que, nos meus programas de rádio, eu sempre fazia questão de fazer sempre no início dos meus programas radiofônicos a Oração de São Francisco de Assis que, acredito, nestas palavras encerram-se talvez as maiores verdades que a humanidade deve conhecer. Eu encerro meu pronunciamento exatamente com esta prece de São Francisco de Assis.

(Lê.)

“Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz/ Onde houver ódio que eu leve o amor./ Onde houver ofensa, que eu levo o perdão./ Onde houver discórdia, que eu leve a união./ Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. /Onde houver erros, que eu leve a verdade./ Onde houver desespero, que eu leve a esperança. /Onde houver tristeza, que eu leve alegria. /Onde houver trevas, que eu leve a luz. / Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. /Pois é dando que se recebe. /É perdoando, que se é perdoado. /E é morrendo que se vive para a vida eterna.”

Muito obrigado a todo o trabalho que as Senhoras realizam para as comunidades. Muito obrigado por aquilo que já realizaram, inclusive pelos meus filhos, que já estiveram lá no Rainha do Brasil, durante alguns anos, onde aprenderam muito para a base de suas vidas. Muito obrigado por tudo aquilo que as Senhoras fazem por aquela comunidade e por tantas outras e pelo trabalho de amor que as Senhoras espalham por todo o mundo. Muito obrigado as Senhoras por estarem aqui; muito obrigado pelas Senhoras existirem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de passarmos a presidência dos trabalhos ao Ver. Luiz Braz queremos apregoar Requerimento da Vera. Tereza Franco, que solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de Licença da Vera. Tereza Franco, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de Licença do Ver. Henrique Fontana, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

Tem a palavra o Ver. Jocelin Azambuja, em Grande Expediente.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Saúda os componentes da Mesa.) Queremos dizer, Sr. Presidente, Srs. e Sras. Vereadores, crianças, jovens, estudantes, comunidade, que hoje é um dia muito especial. Nós, católicos, que procuramos desenvolver em todas nossas ações o bem comum, a difusão do espírito cristão; nós, católicos, comprometidos de fato com o crescimento da sociedade, ficamos felizes em poder, hoje, desta tribuna, prestar esta homenagem à comunidade que tem trabalhado tanto por este Estado, por este País, que são as Irmãs Franciscanas.

Foi muito bem lembrada pelo Ver. Luiz Braz a oportunidade de se fazer esta homenagem. Não é qualquer congregação que consegue chegar a 70 anos de atividade. E não apenas uma atividade de participação, mas uma atividade extremamente forte e positiva para a nossa sociedade. O Colégio Rainha do Brasil é um dos exemplos grandiosos deste trabalho. Eu que conheço a Escola há muitos anos, lembro-me desde que fundamos a Federação dos Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul, em 1984 e os representantes da APM da escola participavam conosco também, naquele momento. E sempre procurando haver a integração fundamental entre família, escola e comunidade. Sem esta integração, de fato, a escola não teria crescido nem avançado. E é este o grande exemplo que tem sido dado a todas as comunidades escolares.

O Círculo de Pais e Mestres, as Associações de Pais e Mestres quando cumprem, de fato, o seu verdadeiro papel, ajudam profundamente no crescimento da sociedade.

E vocês vejam, hoje, que nós estamos atravessando um dos momentos mais difíceis para a nossa juventude: a falta de perspectivas futuras tem deixado momentos extremamente preocupantes para todos nós, visto os relatos que temos no dia-a-dia da nossa sociedade.

Agora, mais recentemente, de maneira triste até, vemos o crescimento de suicídios entre a juventude e por quê? Por uma falha muito grande nossa como cidadãos e membros de uma sociedade.

Então, precisamos dar perspectivas de futuro a nossa sociedade. Este é o passo fundamental e esta tem sido a grande obra das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre: procurar dar a esta juventude perspectivas de futuro, não só na Escola Rainha do Brasil, mas em todas as ações nas outras escolas, no atendimento aos deficientes auditivos.

E aqui temos o Ver. Paulo Brum, que tem feito um trabalho incansável na defesa dos deficientes, presidindo a entidade que reúne deficientes com todos os tipos de deficiência, procurando mostrar à sociedade a importância de se olhar para a pessoa portadora de deficiência que, hoje, soma mais de 10% da população. E que passou, como bem me lembrava, outro dia, o Ver. Paulo Brum, a existir perante a sociedade a partir da última Constituição Brasileira.

Então, esse trabalho que as Irmãs vêm fazendo, no sentido de procurar dar aquilo que é fundamental no trabalho da nossa sociedade, aquilo que a nossa juventude precisa: a educação em primeiro plano, a assistência àqueles mais necessitados, buscando com isso fazer com que a sociedade possa realmente crescer.

Para encerrar, Irmãs, só posso lhes dizer que todos nós agradecemos por este trabalho maravilhoso, por acreditarem que o nosso País tem futuro, e que estas crianças merecem um futuro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos, aqui presentes, como extensão da Mesa, pessoas maravilhosas a quem faço meus agradecimentos: à Diretora da Escola Rainha do Brasil, nossa querida amiga Irmã Ignês Pisasson, uma pessoa maravilhosa, que merece todo o nosso reconhecimento e de toda a comunidade; a Vice-Diretora da Escola Rainha do Brasil, minha querida amiga Geni Terezinha Weber - nós gostamos muito do trabalho que as Senhoras fazem e do modo como as Senhoras se doam para que a comunidade possa ter uma vida melhor -; a Vice-Diretora da Escola Nossa Senhora do Brasil, Lenir Terezinha Heinen - muito obrigado por tudo aquilo que a Senhora faz para a Escola -; e a Diretora do Instituto Frei Pacífico - surdos -, Sandra Jockyman. Também o nosso grande abraço para as demais presidentes das Associações de Pais e Mestres, Irmãs, professoras, funcionários, alunos e amigos da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre.

É para toda essa gente que tem tanto amor para dar - para as Irmãs Franciscanas e seu trabalho - que eu peço o aplauso de todos. (Palmas.)

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Exmo. Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Exmo. Sr. 1º Secretário, Ver. Juarez Pinheiro (Saúda os demais componentes da Mesa.) Vereadores, Vereadoras, comunidade das Irmãs Franciscanas, primeiramente nós gostaríamos de parabenizar o Ver. Luiz Braz pela iniciativa de homenagear os 70 anos do trabalho das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre. Sou morador do Bairro Santo Antônio e sinto-me muito a vontade em falar dessa comunidade, porque é uma comunidade que eu conheço no meu dia-a-dia. Meus filhos tiveram oportunidade de estudar nessa escola, um deles, inclusive, o Felipe, foi Presidente do Grêmio Estudantil e depois, quando saiu, foi para o Colégio Santo Antônio e hoje está cursando engenharia eletrônica..

Gostaria de fazer um agradecimento especial, e eu estou vendo a professora fazendo a leitura, a todas as crianças do Instituto Frei Pacífico portadores de surdez, porque é uma das obras mais grandiosas que essa Instituição faz. Nem todos conhecem, mas aqueles que por lá passam, e vivem seu dia-a-dia, sabem da grandiosidade daquele trabalho.

As Irmãs têm uma das capelas mais bonitas do Rio Grande do Sul, e a Irmã Antônia é testemunha de quantas e quantas vez já rezamos juntos em celebrações e eventos realizados naquela capela.

Se os demais membros da congregação me permitirem, vou falar um pouco da Irmã Antônia, porque a Irmã é uma daquelas pessoas que, praticamente, está sendo canonizada em vida. Sei da sua simplicidade e nós, há bem poucos dias, por ocasião do Conselho Tutelar, estivemos juntos um bom tempo. A Senhora é uma daquelas pessoa que sempre, durante todo tempo, possui o espírito de doação. Nunca vi a Senhora estar cansada, dizer não, e sempre com um sorriso. Então eu acho que isso é o exemplo vivo do espírito de doação.

Por exemplo, no domingo retrasado a Missa de Pentecostes foi maravilhosa e emocionou a todos, proporcionada pelas crianças do Nossa Senhora Rainha do Brasil. As crianças, nesta ocasião, puderam mostrar, para a comunidade e para os pais, o seu trabalho.

Quando se fala em 70 anos, a dimensão, o espaço, o tempo se diluem, porque é uma obra que, a cada dia, fica mais nova e mais jovem. A vitalidade da Escola Nossa Senhora Rainha do Brasil, dos Freis Franciscanos, da Igreja Santo Antônio e de toda comunidade do morro, realmente, faz com que aquela comunidade agradeça e muito. Portanto em nome do Partido Socialista Brasileiro, e em meu nome e do Ver. Hélio Corbellini, gostaríamos de parabenizar o Ver. Luiz Braz que muito tempo morou naquela comunidade e, ao mesmo tempo, agradecer a Nosso Senhor Jesus Cristo por oportunizar que o fruto do trabalho das Irmãs possa penetrar naquela comunidade.

Parabéns, Luiz Braz, parabéns, Irmãs e volto-me, novamente, com carinho, às crianças do Frei Pacífico. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia mencionava o trabalho feito no Instituto Frei Pacífico. Realmente, é um trabalho magnífico. Eu acho que todos já notaram o trabalho maravilhoso que faz a Profa. Liliane Giordani, que é Professora do Instituto Frei Pacífico, ela consegue fazer com que tudo aquilo que é dito aqui pelos palestrantes possa ser entendido também por aqueles que são alunos do Frei Pacífico. Acho isso majestoso, porque é na comunicação, é no entendimento entre os homens que pode surgir a felicidade. Parabéns Profa. Liliane Giordani, parabéns alunos do Instituto Frei Pacífico.

A Vera. Maria do Rosário está com a palavra. Falará no lugar do Ver. Antônio Losada.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Luiz Braz; Exmo. Sr. 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Juarez Pinheiro. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Senhoras, Senhores, Srs. Vereadores, alunos do Colégio Rainha do Brasil e alunos do Instituto Frei Pacífico; Professores e Professoras. Pedimos para o Ver. Antônio Losada, membro da Bancada do PT, para que possamos usar a palavra, nesta tarde, e ele nos concedeu essa possibilidade, em nome da nossa Bancada, porque é um momento especial - falo especialmente às Irmãs -, quando podemos abraçá-las pelos 70 anos da Congregação, mas, quando também vocês nos brindam com suas presenças, nesta tarde, alunos e alunas das escolas do Colégio Rainha do Brasil e Instituto Frei Pacífico. Isso, para nós é um motivo de alegria, e se constitui na própria festa, porque assim a Câmara Municipal de Porto Alegre pode homenagear, pode brindar, pode realizar o seu trabalho e reverenciar a quem por 70 anos - e hoje aqui representadas por inúmeras Irmãs - tem servido à comunidade dessa Cidade, à população do nosso Estado, do nosso País, e em outros países do mundo, também, tentando constituir todos os dias uma vida melhor. E o melhor exemplo desta possibilidade, desta fé, desta alegria é o quanto ela é compartilhada, todos os dias, com as crianças e os adolescentes nas próprias instituições que são mantidas pela Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.

Pensando no próximo, dedicando-se às crianças, na edificação da maior de todas as obras, a obra humana, do ser humano é que vemos a possibilidade real que temos de que o próximo milênio seja um tempo de justiça, de paz. Seja um tempo para o qual nos dias de hoje nós plantamos, jogamos a semente ao solo, e que temos a certeza de que caindo onde caírem, poderão frutificar, darão fortes árvores, e nos darão frutos que poderão ser colhidos a partir justamente do trabalho de respeito à cidadania, de respeito às diferenças, de respeito às crianças nos dias de hoje, que são os cidadãos, hoje, e que são, também, os cidadãos do futuro, cidadãos do próximo milênio.

Setenta anos é um marco importante, setenta anos é um tempo bastante grande, se contarmos os dias, meses, cada ano, quando falamos em dedicação, quando falamos da arte de servir, de estar à disposição do próximo, do desejo de ser útil, de tentar traduzir, permanentemente, em obras reais, em caridade, a ação e aquilo que se acredita. Mas vejam, que setenta anos, ao mesmo tempo, é ainda o início, setenta anos é ainda um passo no tempo, seguramente muito importante, seguramente com tudo que foi feito, muito sólido, mas ainda com uma obra sendo construída todos os dias; é ainda um tempo em construção.

Desejamos que possamos passar dos cem, duzentos anos e que tenhamos nesta Casa outros momentos como este, porque a obra que verdadeiramente se estabelece é a da liberdade do ser humano. Nós queremos saudar essa Congregação pelo desejo que ela nos inspira, também, de podermos servir na função pública que exercemos como Vereadores, como cidadãos; de podermos contribuir para que cada um, trabalhador, homem ou mulher, cada criança, tenha a segurança de que são plenos de direitos; uma pessoa maravilhosa que pode e deve, enfim, ter garantidos todos os seus direitos, livres da opressão, como pessoa que é, capaz de perceber toda a beleza que existe no mundo em que vivemos, e capaz de vivenciar toda essa beleza. Nós acreditamos que essa Congregação, nesses 70 anos, ajudou as pessoas a olharem essa beleza e a compartilhar dela.

Queremos cumprimentar a Congregação, dizendo que nos sentimos parte e nos sentimos tocados por essa ação de servir, também servindo, nós, a nossa comunidade na Cidade de Porto Alegre.

Recebam o nosso abraço em nome de todos os Vereadores do Partido dos Trabalhadores e desta Casa. Cumprimentamos o autor do Requerimento, Ver. Luiz Braz, com a certeza de que este momento e a presença de todos vocês - em particular dessa gurizada, que está aqui - engrandece a Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar, de acordo com o comunicado que me foi feito pelo Ver. Carlos Garcia, a presença do Prof. Edson Cardoso, que é o Presidente da Federação Brasileira dos Profissionais de Educação Física, que muito nos honra com a sua presença.

Queremos informar que há um trabalho em ação já de algum tempo das Irmãs do Colégio Rainha do Brasil, que procura fazer com que uma das ruas das proximidades do Colégio possa se intitular Irmã Clara Maria. Já existe esse trabalho iniciado e os Vereadores desta Casa podem se integrar a esse trabalho que as Irmãs iniciaram há algum tempo.

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra, em Grande Expediente.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Alunos do Instituto Frei Pacífico; Srs. Professores; comunidade escolar aqui presente. Eu queria neste momento saudar o nosso Presidente Ver. Luiz Braz, pela iniciativa de proporcionar a esta Casa a justa, legítima e emocionante homenagem à Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre. Queremos saudar também os moradores do Jardim Leopoldina que estão aqui presentes neste momento, desenvolvendo a sua luta pelo direito fundamental de moradia no nosso Município. Queria deixar evidenciado aqui o quanto os seus trabalhos tornaram possíveis mudanças de vidas de tantas crianças, de tantos adolescentes, de tantos desassistidos, de tantas famílias e de tantas comunidades.

Mas eu imaginava que, se tudo isso é grandioso e conseguiu fazer a façanha ímpar de restaurar a vida das pessoas, pensei também que esse trabalho, nesse final de século, tem um valor ainda acrescentado, valor que se soma às ações concretas de investimento no capital humano, mas também porque esse trabalho se dá no final de século, onde tantos valores fundamentais começaram a ser subestimados, relegados ao segundo plano, e substituídos por outras coisas que, na verdade, não têm valor nenhum. Eu acho que quem trabalha com a restauração do ser humano, com a valorização da pessoa, com a manutenção dos princípios da solidariedade, cumpre, na verdade, o papel de resgatar a humanidade, porque, nesse final de século, a questão do humanismo, a questão da solidariedade, da ação comunitária, está por demais subestimada e o exemplo histórico de quem se preserva por 70 anos nesta trajetória serve - além das ações concretas às pessoas a que atendem - como exemplo para a sociedade, que o humanismo é fundamental e que a humanidade só será verdadeiramente humanitária quando esses valores se constituírem no centro da ação de todos os humanos. Parabéns por tudo. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

 

 

O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez, quero citar as Escolas que fazem esse maravilhoso trabalho: a Escola Rainha do Brasil, cuja Diretora é a Irmã Ignês Pisasson; a Escola Nossa Senhora do Brasil, aqui representada pela Vice-Diretora Lenir Terezinha Heinen, e o Instituto Frei Pacífico, para surdos, com a diretora Sandra Jockyman. A estas três Instituições, o reconhecimento da nossa sociedade e os agradecimentos por todo o trabalho que têm realizado em prol de uma sociedade mais justa, mais igualitária nos seus direitos. Este trabalho tem o objetivo de fazer com que todos possam estar integrados nesta festa do dia de hoje. Este é o trabalho do Frei Pacífico, que faz com que os surdos possam ter voz. Este processo de integração, realizado por esta Escola, é realmente magnífico!

O Ver. Cláudio Sebenelo cede seu tempo ao Ver. João Nedel, que está com a palavra.

 

O SR. JOÃO NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiro, gostaria de agradecer ao Ver. Cláudio Sebenelo por me ceder o tempo que era seu nesta tribuna. Por isso, por sua gentileza, estou aqui. Cumprimentos também ao Ver. Luiz Braz pela brilhante iniciativa desta homenagem.

A Congregação das Irmãs Franciscanas de N. Sra. Aparecida foi fundada há 70 anos pela gaúcha Clara Maria de Azevedo e Souza, e veja, Ver. Luiz Braz, filha de um ex-vereador de Santa Cruz do Sul que, vindo transferido para Porto Alegre, sua filha veio a fundar, juntamente com outras abnegadas, essa instituição benemérita. É uma congregação gaúcha que até hoje mantém sua sede no Bairro Santo Antônio, aqui em Porto Alegre. Composta por cento e vinte Irmãs Franciscanas, hoje, setenta anos após sua fundação, a Congregação já possui, além do Rio Grande do Sul, uma forte presença no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso do Norte; também em Santa Catarina, na Bolívia e na Guiné-Bissau, na África Ocidental. Em Porto Alegre mantém o Colégio de 1º Grau N. Sra. do Brasil, com aproximadamente mil e cem alunos, e o Colégio Rainha do Brasil, com aproximadamente seiscentos alunos que, atualmente, encontra-se aguardando autorização para implantar o segundo grau. Mantém o Instituto Frei Pacífico, que é uma escola-clínica para deficientes auditivos e que possui trezentos alunos. E vejam, queridas Irmãs, como Deus é bom, como este mundo mostra os benefícios de quem um dia iniciou a caminhar. Pois o Frei Pacífico foi quem batizou o nosso querido e ilustre Ver. João Dib, e foi ele, Frei Pacífico, que com uma benção especial, em nome de Deus, salvou o seu irmão Jorge. Frei Pacífico considerou isso um milagre. Vejam que coisa linda os caminhos do Senhor!

A Congregação desenvolve forte trabalho de assistência social em regiões carentes da nossa Capital através das casas de inserções da Lomba do Pinheiro, da Ilha das Flores e do Morro da Cruz, onde procuram ajudar, através da Pastoral da Criança e da Pastoral da Mulher, fazendo trabalhos de saúde preventiva, medicina caseira, catequese pastoral, visita ao doente, ao necessitado e ao exercício do ministério da Eucaristia. Administra o Hospital de Bom Retiro do Sul e trabalha, ainda, nos Hospitais de Cotiporã, Arvorezinha e Praia Grande - Santa Catarina.

As obras das Irmãs são maravilhosas aos nossos olhos e aos olhos de Deus. Mas eu tenho certeza de que a maior obra das religiosas é a sua vida de oração. Elas vivem constantemente orando e pedindo graças a Deus pelos necessitados. Como nós somos muito necessitados das obras do Senhor e das orações das Irmãs, temos muito o que agradecer a elas. No ano do Espírito Santo, peço a Ele que envie e renove os seus sete dons sobre as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida e sobre toda a equipe, sobre toda a grande família que lá aplica e desenvolve o seu talento em prol do bem comum e, principalmente, dos mais necessitados.

Nós, Vereadores do Partido Progressista Brasileiro, em nome do Ver. João Dib e do Ver. Pedro Américo Leal, e também, tenho a certeza, de todos os Vereadores desta Casa, representantes do povo de Porto Alegre, agradecemos todo o bem que fizeram e fazem pela nossa Cidade. Que Deus nosso Senhor as recompense por isso! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Irmã Edi Nicolau, Conselheira-Geral e Secretária da Congregação, vai falar em nome da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre.

 

A SRA. EDI NICOLAU: (Saúda os componentes da Mesa.) Nossa Fundadora nasceu no final do século passado, em 1891, quando o mundo da mulher também em nosso Estado ainda oferecia limitado espaço. Assim também fizeram outras brasileiras de sua época, por exemplo, Anésia Pinheiro. Madre Clara Maria sonhou e realizou vôos mais elevados, arriscou-se em empreendimentos de alcance social e religioso muito abrangentes. Era a década de 1920. Seu nome era Morena de Azevedo e Souza. Distinguiu-se por sua coragem, idealismo, forte sentimento de amor à Pátria, grande amor e desejo de irradiar os valores cristãos. Não se acomodou à missão de educadora, muito valorizada, na época, para a mulher. Morena, não se satisfez em usufruir o status de cidadã consciente, participativa. Quis e fez mais. Ainda jovem, deixou Santa Cruz do Sul, sua Cidade natal e buscou Porto Alegre para encontrar o espaço para a sua formação humana. Ingressou na então Escola Complementar de Porto Alegre. Formou-se com brilhantismo. Exerceu a missão de educadora na periferia da Cidade, em contato com educandos de escolas públicas. Eles lhe ofereceram a oportunidade para aprimorar a sua natural inteligência e sensibilidade, aliadas à simplicidade, bondade e fina educação recebida na família. Ex-alunas da Professora Morena ainda hoje falam da virtuosa mestra, do seu dedicado e zeloso modo de acolher os seus alunos, sua solidariedade e ternura com os colegas mestres. O engajamento e exercício de liderança social e cristã predispuseram-na a sensibilizar-se e comprometer-se, mais tarde, quando conheceu em maior profundidade o ideal e o ardor do seráfico São Francisco de Assis. A vivência em salas de aula com os menos favorecidos socialmente esclareceu e confirmou a sua opção vocacional.

Ao decidir-se, depois, com suas companheiras em 1926, Morena poderia ter realizado o seu ideal, ingressando numa das congregações já existentes, provindas da Europa. Essas mulheres missionárias desfrutavam já de público reconhecimento na sua missão. Prevaleceu, porém, o seu carisma pessoal. A motivação de Morena pelo ideal de fundar uma congregação nacional com espírito Franciscano era muito maior do que simplesmente a busca de realização pessoal. Sentia-se inspirada a fundar um grupo novo de mulheres vocacionadas a viver e propagar os valores do Evangelho de Jesus Cristo ao modo de Francisco de Assis. Vocacionadas a fazê-lo no meio do povo, entre as classes mais necessitadas de vez e de voz. Nesse modo de ser carismático, ela queria promover a vida onde se manifestasse menos amparada. Porto Alegre foi o berço dessa inspiração.

Que bom seria se Madre Clara e Madre Celina também pudessem estar presentes hoje aqui para nos dizer o quanto elas amaram e souberam transmitir carinho e gratidão a esta Cidade que as acolheu e a sua “plantinha seráfica”. Era assim que Madre Clara denominava a Congregação.

Quantas vezes os bafejos do pôr-do-sol sobre o Guaíba, contemplado desde o Morro Santo Antônio acalentaram as inspirações de expansão da obra encetada, das preocupações com os desafios emergentes, as alegrias saboreadas e que foram muitas. Setenta anos de história vivida desde o início na bela e acolhedora Porto Alegre, independente da expansão para o interior do Rio Grande do Sul, demais estados do Brasil, Guiné-Bissau e Bolívia fazem brotar um grande obrigada a esta querida Cidade, ao seu povo. São muitos os passos dados, as ações, os gestos realizados com a permanente colaboração também dos Freis Capuchinhos, em especial do Frei Pacífico de Bellevaux.

Mil novecentos e vinte e oito foi o marco decisivo. A Congregação nascia e inaugurava a primeira obra na então rua 1º de Março, hoje, Sarmento Leite, uma escola-pensionato para estudantes do interior. Depois, desde 1935, no Morro Santo Antônio, a Pia Fundação Nossa Senhora Aparecida. Transformada em Escola Rainha do Brasil, continua oferecendo educação integral a sucessivas gerações e, atualmente, prepara-se para implantar o ensino médio, mantendo-se fiel, entretanto, à sua vocação inicial: formar para a vida na ótica dos menos favorecidos.

Mil novecentos e cinqüenta e seis. Nova expansão qualitativa. A Congregação fundava o EPHPHETA - Instituto Frei Pacífico. Escola e clínica destinada a oferecer condições a deficientes auditivos para viverem como cidadãos e sujeitos de processo social mais justo e solidário. A infância e a adolescência, no bairro Partenon, obteve resposta da Madre Clara em 1949. Abrem-se, em breve, as celebrações do cinqüentenário da Escola Nossa Senhora do Brasil. Jovens promissoras palmilham as ruas e vielas do bairro São José, Morro da Cruz e arredores. Preparando sua futura Congregação, fazem a descoberta e assumem compromisso de vida, a um só tempo, com a Cidade Sorriso e com o Carisma Franciscano-Aparecida. O mesmo vivem e fazem as Irmãs e jovens formandas em comunidades e vilas populares, na Lomba do Pinheiro e no Bairro Arquipélago.

Há setenta anos, Porto Alegre deu cidadania à Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida. Hoje, como ontem, embora de formas diversas, as Irmãs marcam Franciscana presença. Agradecidas por ter-lhe sido concedido doar-se aqui, sustentadas pela fé e pela esperança, continuarão como sempre a sua missão: colaborar, pondo a serviço de Porto Alegre aquilo que sabem ser e fazer. Nossa contribuição é modesta. Queremos, porém, colocá-la, humildemente, junto a tantas outras que sabemos maiores e mais preciosas, mas que, somada, significará mais dignidade humana, mais cidadania e, conseqüentemente, mais bem estar para o povo porto-alegrense.

Queremos ser solidárias com seus anseios, lutas e esperanças. São Francisco e Madre Clara movem-nos a dizer: queremos começar agora, outra vez, a “fazer a nossa parte”. Queremos ser as mensageiras da Paz e do Bem. Porto Alegre, muito obrigada! Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, peço desculpas pela audácia, mas queria quebrar o protocolo. Três coisas maravilhosas acontecem nesta tarde: primeiro, a homenagem de sua iniciativa; segundo, essa obra grandiosa e emocionante; terceiro, um espetáculo fantástico de gestualística, de rapidez e de riqueza, que é um dos espetáculos mais eloqüentes que já vi na minha vida, que faz desaparecer a surdez daqueles jovens, é aquela moça fazendo aquele tipo de trabalho, Liliane Giordani, para quem eu peço uma salva de palmas pelo espetáculo de beleza e, principalmente, para aquelas crianças que, permanentemente, são preenchidos os seus anseios, aquilo que a natureza lhes retirou é devolvido a elas através dessa arte maravilhosa. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O nosso amigo Cláudio Sebenelo, que é médico e é Vereador desta Casa, faz esta saudação especial no encerramento desta parte da Sessão que está homenageando a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre.

 Agradecemos a presença da Profa. Célia Maria dos Santos, da Irmã Nívia Siviero, da Irmã Antônia Maria, da Irmã Edi Nicolau, da Irmã Ignês Pisasson, da Geni Terezinha Weber, que é Vice-Diretora da Escola Rainha do Brasil; da Lenir Terezinha Heinen, que é Vice-Diretora da Escola Nossa Senhora do Brasil; da Sandra Jockyman, Diretora do Instituto Frei Pacífico - Surdos; das presidentes das Associações de Pais e Mestres, Irmãs, professoras, funcionários, alunos e amigos da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida de Porto Alegre.

Hoje, todos que vieram até aqui fizeram com que a nossa tarde, aqui na Câmara Municipal, ficasse mais enriquecida. Agradecemos muito a presença de todos e pedimos a Deus que continue dando todas as forças para que vocês possam continuar fazendo esse trabalho magnífico que já fazem há 70 anos - e esperamos que o façam por toda a vida. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h34min)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h41min): Estão reabertos os trabalhos.

Continuando com o Grande Expediente, o Ver. Adeli Sell está com a palavra.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, com uma certa amargura vou abordar um tema geral, que chamaria de: a prestação de serviços por entidades públicas e serviços prestados pela iniciativa privada, concedidos pelo poder público.

Manifestei-me publicamente e quero reafirmar, aqui, a minha profunda preocupação com a situação do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o nosso BANRISUL, que assumiu recentemente todas as agencias da Caixa Econômica Estadual. Portanto, aumentou significativamente o trabalho dos servidores, dos funcionários do BANRISUL. Os funcionários da Caixa Econômica Estadual, Cel. Pedro Américo Leal, nosso colega Vereador, não permanecem na função que tinham na Caixa Econômica Estadual, portanto aumentou significativamente o trabalho para os funcionários do BANRISUL. Em que situação fica o funcionário? Qual o seu estado de ânimo? Qual a sua saúde para enfrentar mais e mais trabalho do que já existia no BANRISUL? Antes de assumir esta dupla tarefa, os funcionários do BANRISUL já tinham dificuldade de atender a todos, e bem, não por um problema seu, de funcionários, mas por um problema de acúmulo de tarefa. E aí, como fica a situação do funcionário e como fica a situação do usuário, hoje, diante de filas, de acúmulo de tarefas.

 

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que V. Exa. aborda com muita oportunidade essa questão porque é simples de entender. Eu queria ir em seu auxílio porque, na verdade, os funcionários do BANRISUL passaram a ocupar os lugares dos que pertenciam à Caixa Econômica Estadual, que foram para os mais diferentes lugares. Como é que se justifica tudo isso, se não através da aglomerações em guichês e um atendimento bastante deficiente. É preciso que o Governo do Estado seja sintônico a esse brado que o povo está fazendo. Eu dou os meus parabéns porque V. Exa. toca no problema com oportunidade. É um problema simples mas que enerva, contraria, causa transtornos aos simples clientes do banco.

 

O Sr. Renato Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu acho que com muita propriedade V. Exa. traz este tema à Casa. A Câmara de Vereadores necessita debater a atual situação do BANRISUL.

Eu só quero registrar um depoimento: eu fui correntista da Caixa Econômica Estadual durante muito tempo, desde 1986, na agência Três Figueiras. E aquela agência sempre enfrentou filas no final do mês, nos dias de pagamento. Mas lá pelos dias quatro, cinco ou seis, sumiam-se as filas. Depois dessa transferência, as filas são contínuas. Nota-se o estressamento por parte dos funcionários. De fato, todos ficam estressados com essa situação que o BANRISUL atravessa no momento. São horas e horas de espera; os serviços não funcionam; o conjunto de serviços que a Caixa Estadual prestava antes não funcionam agora no BANRISUL. Então, de fato, esta Casa precisa fazer um debate. O Governo deve ser chamado a atenção para o assunto e ver que assim como está não está bom.

 

O SR. ADELI SELL: Sou grato ao Ver. Renato Guimarães, meu colega de Bancada, por este seu depoimento que só vem a contribuir com as preocupações que aqui levanto.

Eu quero fazer um apelo ao Governo do Estado para que coloque na pauta de suas preocupações primordiais, no próximo período, uma solução imediata aos problemas de funcionamento do BANRISUL. A continuar assim, o BANRISUL perderá os seus clientes. O usuário buscará na iniciativa privada, em outros bancos uma solução para os seus problemas e nós deixaremos de ter um banco estatal. Um Estado do porte do Rio Grande do Sul, com o potencial que tem, precisa ter um BANRISUL forte, dinâmico e moderno, atendendo de forma primorosa os seus clientes, os seus usuários.

Nós não queremos o sucatamento do BANRISUL. Temos informações - esperamos que não sejam verdadeiras - de que está em curso um projeto de privatização do BANRISUL. Privatizaram o Meridional, liquidaram com a Caixa Econômica Estadual, mas o BANRISUL não pode ser liquidado. Ele tem que se manter como um banco do Estado. Mais do que isso: deve dar financiamento ao microempresário, ao agricultor. Tem que ter linhas de financiamento que gerem riqueza, renda.

Há poucos dias, na Comissão de Finanças e Orçamento desta Casa, nós chamamos o BANRISUL, entre outros bancos, para discutir microcréditos, discutir linhas de financiamento.

O problema do atendimento, do desrespeito à cidadania não se encontra, apenas, no BANRISUL.

Estamos vendo, com grande preocupação, a forma como hoje está sendo gerida a nossa Companhia Estadual de Energia Elétrica, ou melhor, o que sobrou da CEEE. Há um contrato que passa parte substantiva da CEEE para a ELETROBRÁS. Qual o controle que terá o Rio Grande do Sul sobre essa questão? Na passagem de parte significativa de duas grandes regiões da CEEE para a iniciativa privada temos um caos. Em vários municípios não existem escritórios da antiga CEEE, porque eles foram fechados. Quatro mil e quinhentos funcionários da CEEE saíram, se aposentaram, Ver. Lauro Hagemann. Saíram com o PDV, enfim deixam de trabalhar para que este Estado tenha energia e boa qualidade nos seus serviços. Portanto, temos hoje grandes preocupações acerca dessa questão.

Levanto, também, o problema com a telefonia, da CRT. Muita propaganda. Disputa, agora, de páginas e páginas de propagandas coloridas, nos jornais, em defesa da Banda “A” do celular. A banda “B” foi privatizada. Por que, então, tanta propaganda se não era necessário ficar com a outra banda? Algo de estranho existe nisso.

Nós queremos questionar a prestação de serviços, porque queremos defender a cidadania. Até hoje Governo não explicou as contas de telefones com números, atrasos e horários coincidentes, quando nós, os usuários, somos obrigados primeiro a pagar a conta e depois reclamar.

Eu deixo aqui registradas essas preocupações sobre esses serviços e tenho certeza de que estou falando a verdade, estou colocando problemas reais da nossa Cidade e do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Os cidadãos do Jardim Leopoldina pedem urgência no processo da CPI, que ingressou nesta Casa no ano passado através desta Vereadora. Hoje, nós realmente teríamos que vir a esta tribuna para nos pronunciar a respeito disso.

Hoje, em Tribuna Popular, os cidadãos da Diretoria da Associação Comunitária  24 de Junho, dos moradores do Jardim Leopoldina e Humaitá, estiveram solicitando aos Vereadores desta Casa que agilizem o processo da CPI que parou na Comissão de Constituição e Justiça desta Casa.

Na realidade, nós, como Vereadores, não compreendemos como uma CPI, um assunto sério dentro desta Casa, que trata de uma situação de calamidade naquele local, não caminha. Não podemos dizer claramente, mas entendemos que alguma coisa deve estar segurando, fechando todas as portas para que esta CPI não caminhe dentro desta Casa

E é essa a reivindicação que fazem os cidadãos do Jardim Leopoldina aqui nesta Casa, na tarde de hoje.

Esta Vereadora, como proponente dessa CPI e com o apoio de outros tantos Vereadores desta Casa, solicita ao Sr. Presidente em exercício Ver. Juarez Pinheiro que seja recebido requerimento nosso no sentido da agilização da CPI dentro da Comissão de Justiça, porque, de acordo com a Associação Comunitária do Jardim Leopoldina, existe o temor de que haja algum confronto entre os moradores e a Brigada Militar, porque a todo momento chegam pessoas do DEMHAB, notificando essa ou aquela família do despejo do local onde estão morando. Enfim, paulatinamente, todos os moradores dos apartamentos estão sendo notificados do despejo. Essa situação revolta as pessoas que fizeram o Jardim Leopoldina, porque quando lá chegaram a maioria dos blocos era apenas carcaça e, hoje, existe o Jardim Leopoldina, feito pela comunidade do Jardim Leopoldina, assim como foi feito no Parque dos Maias. E mesmo tendo sido apreciado o CUB, à época da negociação, em 0.5, 0.6, foi feita a negociação em 1.2. Por que isso? Porque, na realidade, o que eles queriam era ficarem livres de multas e juros que se avolumavam dentro do débito que existia com a Construtora Guerino, com a Prefeitura e com a Caixa Econômica Federal. Então, é essa a nossa reivindicação.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vera. Anamaria Negroni, V. Exa. aborda muito bem o programa e com muita oportunidade. O pronunciamento na Tribuna Popular, hoje, mostra a necessidade de que a Comissão de Justiça, presidida pelo eminente Ver. Elói Guimarães, dê com urgência seu Parecer sobre a Comissão de Inquérito que estava instaurada no ano passado. Até agora não saiu o Parecer, a pedido da Bancada do PT. É importante! É imprescindível, é improrrogável que se dê essa solução.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Concordo, Ver. João Dib, que realmente ilustrou o nosso pronunciamento. Gostaria de colocar aqui algumas reivindicações e anotações feitas pela Diretoria da Associação. O que eles procuram é, como uma associação sem nenhum comprometimento político-partidário, informar a opinião pública da real situação desta negociação e desmentir que são aproveitadores, que não querem pagar as prestações. Isso tem sido divulgado sempre pela imprensa através do Partido dos Trabalhadores, dizendo que as pessoas que vivem no Jardim Leopoldina e Parque Humaitá estão querendo se aproveitar da situação e que moraram anos sem pagar nada, etc. Só que este é o discurso de hoje, é o discurso que nós ouvimos hoje, e não antes de 1996, antes do pleito para o Governo Municipal. É muito bom que isso fique claro: o discurso era um; agora, é outro. O discurso, antes, era de que eram uns coitados que estavam sendo abandonados, que o governo federal e estadual estavam se aproveitando deles, etc. Hoje, o discurso é outro e, hoje, o discurso é nosso. Nosso, no sentido de dizer que quem está se aproveitando é quem faz esse discurso, que foi demagógico para ganhar votos. Hoje, é necessário que se termine com esse tipo de discurso e realmente se faça justiça.

O Jardim Leopoldina pede urgência para o processo. Cinco mil cidadãos que lá habitam pedem justiça, como dizem as faixas que eles empunham neste momento: “Chega de impunidade para quem usa nossas famílias para politicagem.”; “Não podemos ser despejados antes da sentença”.

São essas as reivindicações. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Este Presidente, que também é membro da Comissão de Constituição e Justiça, na ausência do seu Presidente informa que esse Processo, Vera. Anamaria Negroni, está regularmente distribuído a um Vereador que não pertence à Bancada do PT. Como 1º Secretário da Casa estou encaminhando aos Presidentes de todas as Comissões, considerando que estamos quase na metade do mês de junho, e por conseqüência no fim do primeiro semestre legislativo, um expediente para que todos os Vereadores que estejam com procedimentos atrasados providenciem na sua atualização.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Esclarecimento): Qual o Vereador que se encontra com o Processo?

 

O SR. PRESIDENTE: É um Vereador membro da Comissão de Constituição e Justiça.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: V. Exa. poderia nominar?

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Não cabe a mim, que não sou Presidente e nem Vice-Presidente da Comissão. O que cabe a mim é informar, como 1º Secretário, que estou encaminhando um ofício a todos os Presidentes de Comissão para que não haja nenhum processo em atraso.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sou grata pela atenção.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda que com algum atraso, quero fazer o registro. Em primeiro lugar, da posse da nova Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo da Associação Rio-grandense de Imprensa, que ocorreu no final da semana passada. Tivemos a eleição no dia 28 de maio, a posse ocorreu na quinta-feira, dia 04 de junho, às 18h30min, e foi reconduzido à presidência o nosso companheiro Ercy Pereira Torma.

O registro que quero fazer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é menos a posse da nova Direção da ARI - Associação Rio-grandense de Imprensa - e mais o de uma luta que, há muito tempo, a ARI vem desenvolvendo em nível regional e nacional. Inclusive, há poucos dias, houve uma reunião em caráter nacional no sentido de fazer a ampliação dessa luta, que é de que se transforme a data de 1º de junho - e não mais a data de 10 de setembro - como o “Dia da Imprensa” no Brasil.

Explica-se a luta da ARI: é que o dia 10 de setembro é a data que marca o surgimento do jornal chamado “Gazeta do Rio de Janeiro”, que foi o primeiro jornal do Brasil, sob o ponto de vista de ter sido o primeiro a ser aqui impresso, mas que era também o jornal oficial, criado a partir de uma impressora e de tipos trazidos por D. João VI, de Portugal para o Brasil, formando-se a pequena oficina que daria, depois, origem à chamada Imprensa Régia.

A “Gazeta do Rio de Janeiro”, portanto, era um jornal oficial do Império, enfocava o noticiário do ponto de vista do Governo.

Ao contrário, a 1º de junho, portanto três meses antes do surgimento da “Gazeta do Rio de Janeiro”, a partir do exílio em Londres, Hipólito José da Costa lançava o chamado “Correio Brasiliense”. Esse jornal, que, nas suas edições mensais, acabava-se transformando em um grande livro, era enviado em navios de contrabando, dava entrada no Brasil, sendo imediatamente distribuído, e pregava a independência brasileira. Por isso mesmo, gerou uma série de atritos diplomáticos entre Portugal e Inglaterra, já que o Rei de Portugal pretendia que a Inglaterra coibisse essa atividade de Hipólito José da Costa. No entanto, ele passou muitos anos fazendo a edição do seu jornal. A “Gazeta do Rio de Janeiro” , na verdade, durou muito pouco - foi substituída por outros jornais - e, a partir do momento que se permitiu a impressão no Brasil, a partir de 1827, depois da Independência, os jornais brasileiros surgiram em todas as províncias, inclusive na Província do Rio Grande do Sul, onde, a partir de 1827, tivemos o primeiro jornal sediado aqui em Porto Alegre.

Então, a luta que a ARI desenvolve é uma luta semelhante àquela que o Brasil tem assistido nos últimos anos, em torno da data formal dedicada à etnia negra. Pretende-se trocar o 13 de maio, que é a data oficial da assinatura da libertação dos escravos pela Princesa Isabel, pela data da morte de Zumbi, que é a figura reconhecida pelo Movimento Negro.

No caso da imprensa, entendemos que, sem dúvida nenhuma, o “Correio Brasiliense”, de Hipólito José da Costa, traduz muito mais o espírito da imprensa que se desenvolveria no Brasil do que um jornal oficialesco como era a “Gazeta do Rio de Janeiro”.

Portanto, mais do que a posse dos novos companheiros na direção da ARI, quero, justamente, registrar a importância que tem essa luta que a ARI vem desenvolvendo há dois anos, mantendo contatos oficiais - isso, evidentemente, vai chegar até o Congresso Nacional - no sentido de que se vote uma deliberação e se modifique a legislação vigente no Brasil.

No Rio Grande do Sul, nós já temos festejado a data de Hipólito José da Costa, que é um homem ligado ao Rio Grande do Sul, nascido na Colônia de Sacramento, hoje República Oriental do Uruguai. Aqui desenvolveu suas atividades jornalísticas e políticas, saindo, depois, para o exílio por força da decisão do Reino.

Outro registro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste tempo de Grande Expediente, que eu gostaria de fazer é sobre uma matéria publicada no jornal “O Cristóvão”, da Associação Cristóvão Colombo, dos meses de abril e maio de 1998, e é firmada pelo companheiro Mário Villas Boas da Rocha, que é editor do jornal e coordenador do curso de Jornalismo da ULBRA - Universidade Luterana do Brasil. Portanto, não é nenhum moleque e nenhum profissional sem responsabilidade.

A matéria firmada na última página tem o título significativo de: “Sinto muito, Adroaldo, mas a tabela é sagrada”. E dirige-se, exatamente, à área de comunicação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Deduz-se, da matéria publicada no jornal “O Cristóvão”, que a Prefeitura vem tentando descumprir e desrespeitar as tabelas de preços fixadas pelos jornais comunitários da Cidade de Porto Alegre.

Hoje temos aproximadamente 30 jornais ligados, direta ou indiretamente, a associações de bairros. Esses jornais fundaram, recentemente, a sua entidade representativa, estabelecendo critérios profissionais para tabelas de preços e, curiosamente, a Prefeitura, que não discute com agências de publicidade preços dos chamados grande jornais ou tabelas das grandes emissoras de rádio e televisão, e gasta muito, basta ver no programa “Cidade Viva” o quanto custa aos cofres públicos do contribuinte da Cidade. Mas a Prefeitura - se deduz do artigo - vem tentando pressionar os pequenos jornais alternativos ligados às associações de bairros, buscando pagar menos pelo centímetro do que aquilo que é estabelecido por cada uma dessas publicações. Exatamente diz o Mário Vilas Boas, tocando diretamente na questão: “Quando um desconto é pressionado e aceito, três saem frustrados: o veículo, porque perdeu dinheiro; o anunciante, porque fica com a impressão de que poderia ter obtido ainda melhor preço e condições de pagamento; e o conjunto dos que pagaram o valor de tabela, quando poderiam ter economizado nos descontos não exigidos.”

Ora, nós sabemos - como é o caso do jornal “O Cristóvão”, inclusive, explicitado aqui - que esses jornais comunitários têm um cálculo muito exato do seu custo, da sua relação receita e custo. Portanto, qualquer pagamento a menos na ocupação de determinado espaço significa a quebra e a impossibilidade do jornal, ou ele sairá por apenas um número ou dois e deixará de circular imediatamente.

Não é a primeira vez, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que eu ouço de companheiros que publicam os jornais comunitários, a dificuldade de lidar com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que quer pagar o que bem entende e desrespeita esses jornais.

Fica aqui o meu registro, a minha denúncia e o meu protesto: a imprensa é livre, efetivamente, até mesmo de pressões financeiras. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje pela manhã, na sede da ONU, o Presidente Fernando Henrique Cardoso deve ter alertado o mundo e solicitado auxílio para o combate às drogas. E parece incrível que um Vereador venha à tribuna e raramente o faça para falar de drogas. Este Vereador tem um Projeto – PLL nº 116/97 -, que transita pelas comissões desta Casa há aproximadamente um ano, para o qual, em desespero de causa, solicitei esse torpedo, esse “exocet”, que é o 81. E ele está por vir, para que o Plenário pense e decida. E o que é a droga? A droga extermina com a mocidade, dilacera a sociedade, é a principal mola motivadora da criminalidade em todo o País. E por que a sociedade fica inerte, amedrontada contra esse exército negro, faminto, que a nada respeita e que investe contra os nossos jovens, destruindo-os? Por quê? Será que eles são tão poderosos? Claro, são poderosos. Imaginem V. Exas. que eles faturam, no mundo, 400 bilhões de reais, é metade do PIB nacional.

E Fernando Henrique Cardoso, hoje, faz uma solicitação aos 185 representantes de governo e aos 30 chefes de Estado presentes: “Auxiliem-me contra a droga”. A proposta dele é para salvar o Rio de Janeiro e São Paulo que - sei perfeitamente - estão em vias de desaparecer como sociedade, para que não aconteça isso - porque aquela zona de favelas que ele deseja comparar à zona de produção da droga, Medelin e Cali -, para poder usufruir de quatro bilhões de reais que a ONU oferece para o combate à droga.

Os nossos jovens estão sendo dizimados. A droga não respeita níveis, não respeita classes, não respeita idades; ela avança inexorável sobre a sociedade de uma forma avassaladora. Os colégios estão sendo invadidos por traficantes, aqui no Rio Grande. E eu não sei o que pode acontecer com essa marcha inexorável da droga em direção ao MERCOSUL. Eu prevejo dias muito difíceis para todos nós.

Meus prezados companheiros, e o que nós fazemos? A Sociedade Israelita deu o grito, o União deu o grito - está aqui -, mas é pálido o grito, é um grito que quase não tem repercussão, quase não encontra eco. Parece que as famílias estão amedrontadas, entregando-se, completamente, a essa miséria, a esse polvo, que, com seus tentáculos incríveis, envolve toda a sociedade, estrangulando-a.

O que posso fazer, pergunto eu, sobre a droga? Um projeto, um projeto simples, pálido, que encontrou repercussão na Prefeitura. O Prefeito Pont me disse que me apoiaria, isso há um ano atrás.

Está nas mãos de V. Exas. Eu já tenho os meus filhos criados; meus filhos estão livres da ameaça da droga. E V. Exas., que são mais moços do que eu? Defendam-se! Defendam a sociedade que representam! Coloquem um basta à droga, com coragem, sem timidez! Que ela seja detida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos a ingressar no Plenário as senhoras que integram a Paróquia da Igreja Santo Antônio, que farão uma distribuição de pães bentos, pela passagem do Dia de Santo Antônio, no dia 13 de junho.

Muito nos honra a presença de V. Sas. nesta Casa, lamentando que o Frei Irineu não esteja presente, já que ele está na Igreja, oficiando uma missa.

Suspenderemos os trabalhos para a distribuição dos pães.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h16min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h19min) Estão reabertos os trabalhos. Com a palavra a Vera. Maria do Rosário em Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Aqui e desta tribuna o debate continua firme e forte e eu tenho ouvido algumas questões que me deixam obrigada a utilizar a tribuna em Comunicação de Líder pelo Partido dos Trabalhadores, para tentar respondê-las, mesmo que nos nossos breves cinco minutos, enquanto V.Exas. têm tantos e tantos minutos em todas as Bancadas e as utilizam normalmente em contribuição ao nosso governo e ao PT.

A primeira questão é que recentemente o Dep. Cézar Busatto utilizou um argumento que me pareceu incrível: de que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre deveria ser questionada e ele a questionou, por não contratar agência de publicidade na intermediação das relações com os órgãos de comunicação. E naquele momento nós dizíamos: ora, nós estamos confiando no funcionalismo, no quadro de funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e estamos economizando, não estamos pagando nenhuma agência de publicidade.

Por outro lado, agora, o Ver. Antonio Hohlfeldt ocupa a tribuna para questionar a Prefeitura de Porto Alegre, ao Setor de Comunicação, por buscar diminuir o valor do custo da inserção da publicidade, do trabalho exercido pela Prefeitura nos jornais, de um modo específico nos jornais alternativos. É interessante essa crítica por tentarmos economizar. E acho que é preciso que a população preste bem atenção no caráter que ela tem e no modo de ver do nosso Partido, um caráter infundado. Porque é absolutamente justo que se busque gastar menos e divulgar ainda mais as ações, as possibilidades de benefícios que tem a comunidade, através de uma série de promoções que ocorrem todas as semanas em benefício dela própria, definida pela sociedade, executadas pela Prefeitura de Porto Alegre, através dos programas de saúde, educação, de assistência social, do Orçamento Participativo, dos projetos que estão sendo divulgados nos órgãos de comunicação, e muito ao contrário, nós temos um zelo e um cuidado muito grande com a imprensa alternativa. Achamos que ela, sim, se constitui na nossa Cidade, no Estado e no País, com um espaço poderoso, um espaço onde, de fato, precisamos enfrentar o monopólio da comunicação, aquele que se estabelece com o monopólio de veicular a sua verdade, e que nós somos contra, e, muitas vezes, aquelas empresas que esquecem a função social da comunicação. A nossa atuação tem sido, permanentemente, buscarmos um relacionamento com todos veículos, sem distinção, mas especialmente de não deixarmos passar a relação direta com os pequenos veículos, que estão nos bairros, nos sindicatos, nas igrejas, nas entidades, nos clubes de mães, diretamente com a comunidade.

Portanto, economizar é um dos nossos lemas, sim. Buscar menos gastos é um dos nossos lemas também em comunicação, porque a nossa prioridade não é a pauta da publicidade, mas sermos criticados por isso é, sem dúvida, algo extremamente impressionante nessa hora.

O Ver. Antonio Hohlfeldt, na última semana, utilizou a tribuna, por duas vezes, no sentido de levantar sobre a mudança da SMOV a respeito do atendimento da população quanto ao plantão técnico da Seção de Aprovação e Licenciamento Predial. Ora, nós temos que responder aqui essa questão, infundada mais uma vez, e o Vereador se caracteriza por críticas que não são possíveis de serem absorvidas, porque não tem um fundo de verdade. Na verdade, existe uma modificação no horário de atendimento do plantão técnico, pois o plantão trabalhava atendendo, pelo turno da tarde, e analisando os procedimentos, no turno da manhã. O Plantão mudou, ele atende, no turno da manhã, por um exercício de saber que mais pessoas se dirigem àquele lugar nesse turno. Então, é melhor atender no turno da manhã, e à tarde os técnicos estão trabalhando na análise de cada projeto que entra na Seção de Aprovação de Licenciamento Predial. Por que 12 atendimentos? Porque é a média que ocorre em cada dia. E é preciso se ter uma média e um número a cada dia, que serão recebidos. Ora, isso dispõe sobre a organização do serviço público. Parece-me que o Vereador quer intervir na forma em que a SMOV trabalha com a sua organização, e é absolutamente desnecessária a sua crítica, ela não contribui porque não apresenta nenhuma proposta de solução e, pelo que parece, a população está bastante satisfeita com essa nova forma de organização da SMOV. Lamentavelmente os nossos cinco minutos se passaram, tentamos responder duas questões e muitas outras ficam, mas os Srs. Vereadores receberão respostas e a população pode acompanhar diretamente através de todos os membros de nossa Bancada. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra em Comunicação de Líder pelo PDT.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, durante a semana passada o Ver. Pedro Ruas e o Movimento de Direitos Humanos, liderados pelo Sr. Jair Krischke, enfatizaram, e foi motivo de indignação de setores da própria mídia, como a Rádio CBN, esse jogo de empurra que o Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Alegre estão fazendo com a questão da Ronda Social, do recolhimento de pessoas que necessitam de atendimento nas noites do inverno, que já está presente.

Eu ouvi e aplaudi o locutor da Rádio CBN, Maurício Saraiva, indignado diante da entrevista do Sr. Jair Krischke, sobre esse jogo de empurra. Não se quer culpar ninguém. O que se quer é uma solução. Um cidadão morreu semana passada e essa situação de indefinição não pode continuar entre os Poderes; o Poder Estadual alegando que não é mais sua incumbência, que é do Município, no caso, a FESC e esta até agora não deu solução alguma; enquanto isso morrem pessoas.

O Sr. Jair Krischke, que há muitos anos luta pela justiça e os direitos humanos no nosso Estado, fez um pronunciamento enfático, forte e, inclusive, foi bater nas portas da Justiça do Ministério Público. Eu fico pasmo em ver que tínhamos esses problemas praticamente, não digo solucionados, mas amenizados, porque recolher mendigo não é solucionar problema, mas amenizar, mitigar. Agora piorou. O poder público - faço minhas as palavras do Maurício Saraiva, que é neutro -, perdendo o ensejo de solucionar a situação, jogando um nas costas do outro. Parece que o Ver. Corbellini está tomando uma medida relacionada com a situação.

 Então, fica a solidariedade da Bancada do PDT, Ver. Pedro Ruas, por esta luta, porque não costumamos, e esta tem sido uma linha de conduta, fazer demagogia em cima de assunto sério ou menos sério, não é a nossa linha. Mas diante dessa escalada, da irresponsabilidade de ambos os poderes, queremos juntar nossa força de Bancada a essa luta. Não é justo que o Rio Grande e Porto Alegre regridam na assistência social. Não estou interessado em saber se é “a, “b” ou “c”, o que aconteceu é que foi ceifado uma vida, e por essa vida, evidentemente, ninguém vai responsabilizar-se. Então urge, que alguém, finalmente, se acuse, para que volte o normal da Ronda Social, ou, pelo menos, de alguma medida que breque, que não enseje novas mortes por estas situações.

Finalmente, quero registrar uma outra indignação, e esta quero o apoio de toda Casa, indiscriminadamente, que nós temos que voltar nossos olhos, é a situação, embora não localizada no Município de Porto Alegre, mas do interesse de todos os contribuintes, de todos os cidadão e cidadãs, portanto, também da responsabilidade de todos nós, que é a questão de querer-se transformar uma contribuição provisória que seria para saúde, CPMF em imposto. É necessário que os parlamentos de todo o País levantem a sua voz, porque é uma prática infeliz, uma prática de desfaçatez, desavergonhada, querer-se, depois, de saber-se que era provisório, tanto que se chama CPMF, provisoriamente instituído, agora querem transformar em imposto.

O Correio do Povo, no fim de semana, fez um editorial, ao qual nos solidarizamos e achamos que devemos voltar a esse assunto como instituição para evitar uma fraude neste País, ou seja, uma coisa provisória, e que seria só para a Saúde, querem que se transforme para todos, principalmente para os menos favorecidos, para colocar na caixa comum das dívidas da nacionalidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Informo aos Senhores Vereadores que sábado, dia 13, na Igreja de Santo Antônio do Partenon, na Luiz de Camões, haverá, durante todo o dia, a festa ao padroeiro dessa comunidade; à noite haverá uma procissão iluminada, às 20 horas.

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder. Haverá uma inversão, o Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo Partido Socialista Brasileiro.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Senhor Presidente e Senhores Vereadores, vou ler um Requerimento (nº 149/98) que acabo de protocolar nesta Casa; “Requeiro que, através da Procuradoria da Casa, seja ajuizada uma ação contra o Poder Executivo Municipal e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul por omissão da morte do Sr. Plínio Luiz Beckmaier ocorrida no dia 05.06.98. O Sr. Plínio morreu e ninguém, nesta Casa, pediu um minuto de silêncio pela sua morte. Ele morreu na madrugada, no frio da noite. Este Vereador, quando da polêmica da ronda social, veio aqui e afirmou que na primeira morte, este Vereador iria, por questões de consciência e de função, tomar uma providência. O movimento de direitos humanos já entrou com uma ação no Ministério Público e nós estamos convocando a Câmara para que entre também com a sua. O acordo entre o Estado e o Município foi feito, mas é absolutamente insuficiente. Dezenove mil reais para proteger os cidadãos que mais precisam de proteção é uma quantia muito pequena. Eu sei que as duas esferas de Governo, Municipal e Estadual, estão convictas de que estão corretas em sua disputa e discussão, estando com suas consciências tranqüilas. Se é assim, peço aos companheiros Vereadores de todas as Bancadas que, no momento da votação do Requerimento, o aprovem por unanimidade, mesmo sendo uma ação contra o seu Governo Municipal e Estadual, porque não é mais admissível permitir que aqueles que são realmente excluídos da sociedade continuem a morrer embaixo das pontes e marquises. E não foi somente o Sr. Plínio que morreu, foi publicado no jornal que, nessa última semana, três cidadãos morreram em outros municípios. Algo deve ser feito. Peço que esta Casa e a Procuradoria examinem essa questão e entrem com a ação.

Solicito ao Presidente em exercício desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz que, neste momento, por ato de solidariedade e rebeldia desta Casa, faça um minuto de silêncio para o Sr. Plínio. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Conforme Requerimento do Ver. Hélio Corbellini, solicito que façamos um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Plínio Luiz Beckmeier, conforme relatado no discurso do Vereador.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Considerando os termos apresentados pelo Ver. Hélio Corbellini sobre o seu Requerimento, que solicita que a Procuradoria da Câmara ajuíze uma ação contra o Poder Executivo Municipal, gostaria de receber um esclarecimento sobre o papel da Procuradoria.

Portanto, gostaria de consultar a Procuradoria sobre a condição, para que possamos cumprir o solicitado. Acredito que isso não seja possível. Então, mesmo não estando na Ordem do Dia, faço um Requerimento, porque considero que não é uma proposição sobre a qual possamos conversar e trabalhar. Quero saber sobre o papel da Procuradoria e se o mesmo lhe é cabível.

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Pedro Ruas para um requerimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: A Vera. Maria do Rosário falou sobre a ação em que dava conta o Ver. Hélio Corbellini, da tribuna, e fiquei com uma dúvida. A Vereadora falou em uma ação contra o Executivo Municipal, mas pelo que entendi a ação seria contra o Executivo Municipal e Estadual. Quero saber se estou certo ou errado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: (Lê.) “Requeiro que através da Procuradoria da Câmara seja ajuizada uma ação contra o Poder Executivo Municipal e Governo do Estado do Rio Grande do Sul por omissão na morte do Sr. Plínio Luiz Beckmaier ocorrida no dia 05 de junho de 1998.”

Vamos consultar a nossa douta Procuradoria imediatamente conforme o Requerimento da Vera. Maria do Rosário, para que nos instrua sobre o encaminhamento desse processo.

Está com a palavra o Ver. João Dib para um requerimento.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador Presidente, o Ver. Hélio Corbellini solicitou uma ação contra o Governo do Estado e contra o Governo Municipal da Câmara Municipal e Vossa Excelência, antes de tomar qualquer providência, tem que ouvir a vontade do Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai cumprir com todas as formalidades. O Requerimento não está na Ordem do Dia do dia de hoje.

 

O SR. JOÃO DIB: Legal e regimental, Sr. Presidente. Meus cumprimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado. Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt em Comunicação de Líder. Vereador, o tempo ainda não foi marcado, mas vamos marcar. V. Exa. está aguardando alguma coisa?

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: A marcação do tempo, Sr. Presidente, é do meu direito.

 

O SR. PRESIDENTE: Quando o Vereador começar a falar, marcarei o tempo.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Não com um minuto marcado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Antonio Hohlfeldt, me perdoe. O Presidente está na Mesa, não há motivo para V. Exa. criar um embaraço.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, não falei nada. V. Exa. foi quem falou. Estou só aguardando.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, suspeita não é uma coisa muito fácil de aceitar. Está sendo marcado o seu tempo.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu peço que recomece, Sr. Presidente. Estou prejudicado.

 

O SR. PRESIDENTE: Não será recomeçado.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Sras. e Srs. Vereadores: Se V. Exa., Sr. Presidente, assim o quer, não há problema. Fica registrado que estou prejudicado em 10 segundos pela Mesa. Não há nenhuma diferença, esse é o comportamento tradicional dos companheiros do PT.

Há pouco, ouvi a Vera. Maria do Rosário tentando responder às nossas denúncias em torno do jornal da Associação Cristóvão Colombo. É muito bonito fazer poupança com o chapéu alheio. Eu quero saber se fazem poupança com o seu próprio dinheiro? Essa é a questão. Desrespeitar uma Associação impondo tabelas de preços, certamente, não é a melhor maneira de tratar as associações de bairro jornais de comunidade.

Eu mantenho, aqui, a minha denúncia, e gostaria que, de fato, se pudesse ter aqui uma resposta objetiva, não, tergiversações, as mesmas, aliás, em torno da questão da SMOV. Dizer que trocou de horário, não nega o fato que trouxe aqui para consideração de V. Exas. e, sobretudo, do público envolvido. Dizer que se atende pela média, não é dizer que se atende todos. Nós continuamos, na verdade, tergiversando sobre as questões essenciais. No dia em que o PT tiver a humildade de ouvir e atender a uma crítica, será realmente uma grande surpresa; sobretudo, quando ela vier da oposição. Então, que a Vereadora tente desclassificar as nossas denúncias, nenhuma novidade. Eu não ouvi o PT me responder ainda, talvez, porque daí não consegue, a questão da Av. Ipiranga e do acesso à PUC nas 19 horas. Então, não se toca no assunto, se prefere fingir que não se sabe do assunto. Se prefere não ir para a Av. Ipiranga e enfrentar o constrangimento da tranqueira do asfalto em que as pessoas gastam meia hora, gasolina, poluição, prejuízo de pessoas, simplesmente porque a Prefeitura não quer fazer uma coisa que lhe compete, é obrigar o estacionamento pago, a cobrar lá dentro ou na saída, e não na entrada prejudicando a todos que usam a via pública, privatizando a via pública, com a conivência da Prefeitura. Neste caso é melhor não falar, porque não se tem resposta, não se tem defesa.

Mas esta é a democracia relativa, Sr. Presidente Clovis Ilgenfritz, que é exatamente o tema do editorial do “JB” da semana passada, 3 de junho, quarta-feira. Democracia relativa que o “JB”, insuspeito, aborda a partir de uma posição do Sindicato de Professores do Distrito Federal, governado por Cristóvam Buarque, do PT. E mostra, o Jornal do Brasil, que “o conselho do Deputado Chico Vigilante, do PT, evidencia que para este Partido, como para os governos militares, a democracia é relativa. Diz o alto dirigente do Partido: “Quando o Governador afirma que não tem o que oferecer, deve prevalecer o bom senso e os professores voltarem ao trabalho.” Quer dizer, quando a greve acontece em território do PT é insensata, quando acontece no do PSDB faz sentido. É a velha história dos dois pesos e das duas medidas. Greve contra o PT não tem lógica, é ilegal e quebra a harmonia entre o sindicato e a Prefeitura, ou o Estado ou a Administração Federal. Greve a favor do PT, contra outros segmentos administrativos, é sempre bem-vinda, porque é democrática, realmente busca a justiça social. Indaga-se o “JB”: “Se o candidato a Governador - que tem bom senso - diz que não pode governar contra sindicatos dominados pelo próprio Partido, é de se supor que o candidato à Presidência, de quem se suspeita que tenha também bom senso, igualmente não possa? Não foi por outra razão que Luiz Inácio Lula da Silva, que quer a Presidência, assustou-se com o grito de guerra do MST no lançamento extra-oficial da sua candidatura, em Brasília, quando o líder sem-terra gritou que se Lula fosse eleito o MST invadiria mil propriedades rurais no dia seguinte à posse; desconversou. Isso é brincadeira, gente. Só esqueceu-se de dizer que quem brinca com fogo sai queimado.” Esse é o comentário da semana passada, um comentário que nos chama a atenção, sobretudo, por esta ótica vesga, por este duplo valor que o Partido dos Trabalhadores costuma ter no trato das questões sociais. Quando elas acontecem contra o seu governo, são ilegítimas, ilegais, desrespeitosas; quando acontecem contra as administrações dos outros, são bem-vindas e recebem, de imediato, o apoio do PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho me preocupado muito com o que está acontecendo em Porto Alegre, ou seja, com a falta de responsabilidade do Governo Municipal em assumir aquilo que lhe é de direito.

Eu vejo o Requerimento do Ver. Hélio Corbellini, buscando processar o Governo Municipal, o Governo Estadual, mas está se esquecendo, aqui, Srs. Vereadores, das verdadeiras responsabilidades. Porto Alegre tem uma Fundação de Educação Social e Comunitária que eu me pergunto para que ela existe? Por quê? Criaram aquele ABRIVIVÊNCIA, ali na esquina da Av. Getúlio Vargas com Érico Veríssimo, para resolver o problema das populações de rua. Morreu um cidadão e, agora, querem responsabilizar o Governo do Estado. Mas onde está a responsabilidade da FESC, que tem mais de setecentos funcionários, que eu não sei exatamente as suas funções.

Não conseguem tirar as crianças das sinaleiras, a RBS está fazendo uma campanha, através da Fundação Maurício Sirostky Sobrinho para ver se consegue resolver o problema, porque é uma vergonha para todos nós porto-alegrenses.

Então, por que o Governo Municipal criou um programa de assistência social coordenado pela FESC?

Quero requerer ao Presidente da Comissão de Educação e Cultura, Ver. Eliseu Sabino, que a Comissão faça uma investigação na Fundação de Educação Social e Comunitária. Eu quero saber para que ela existe?

Eu quero saber, também, Srs. Vereadores, o problema relativo à saúde em Porto Alegre. Eu lembro que, na véspera da eleição passada, o Governo da Administração do PT fez um convênio com o Governo do Estado e municipalizou a saúde. Lembro que o Governo Estadual foi criticado por, em vésperas de eleições, estar repassando verbas que, hoje, montam em mais de duzentos milhões de reais para a saúde. E a saúde da Cidade está um verdadeiro caos, é uma vergonha. Onde é que estão os postos de saúde que é obrigação do Governo Municipal? Aí me vem os governantes do Governo Municipal, o Secretário Municipal da Saúde, dizer que tem que ver com o Governo Estadual. Tem que ver com o Governo Estadual coisa nenhuma, o Governo Municipal tem que assumir suas responsabilidades.

Eu quero requerer aqui com o Presidente da Comissão de Saúde que proceda uma investigação séria para saber o que está acontecendo com a saúde em Porto Alegre. Por que as pessoas não têm direito a postos de saúde? Porto Alegre, Srs. Vereadores - que para vergonha de todos nós -, tinha só 11 postos de saúde até ser municipalizada a saúde em Porto Alegre; quando pequenos municípios do interior tinham 16, 20 postos de saúde.

Onde está a responsabilidade? Então, eu vejo esse joguinho triste, usando as pessoas, usando a miséria das pessoas, usando a fragilidade dos cidadãos para tentar jogar a culpa no Governo do Estado. Ora, independente de se querer aqui colocar as coisas no seus devidos lugares, nós todos sabemos que a saúde foi municipalizada e que o Governo Municipal recebe o dinheiro, mas não tem competência de administração! Não sabe administrar! O Presidente da Comissão de Saúde deve fazer uma investigação completa. Peço a todos os membros da Comissão de Saúde que investiguem o que está sendo feito com o dinheiro da saúde em Porto Alegre.

 Não é admissível, Srs. Vereadores, todos os dias vermos as pessoas criticando, principalmente nas vilas. Em Porto Alegre tem a assistência da Santa Casa, que é uma assistência ímpar. E agora mesmo o Governo do Estado aplicou mais de cinco milhões em ambulatórios modernos na Santa Casa de Misericórdia. Temos o Hospital de Clínicas que o Governo Federal investe milhões para dar atendimento em Porto Alegre. E o Governo Municipal, que só tem a obrigação de atender com postos de saúde, não consegue fazer isso e joga as culpas no Hospital Santo Antônio da Santa Casa - que faz um trabalho meritório -, pela sua incompetência de atender nos postos de saúde. Assumiu grandes postos de saúde e não teve a competência mínima para fazer com que funcionassem corretamente. A população de Porto Alegre está passando por problemas sérios.

Então, Srs. Vereadores, mais do que nunca temos que criar vergonha na cara! Temos que ter consciência de que a responsabilidade da saúde em Porto Alegre, hoje, pertence ao Governo Municipal e que a responsabilidade da assistência social e de atendimento às pessoas que andam desassistidas nas ruas de Porto Alegre é da Fundação de Educação Social Comunitária, que tem que explicar o porquê de sua existência; o porquê está aí; o porquê tem 700 funcionários e o que fazem lá? É isso que eu quero saber!

Requeiro, Sr. Presidente, ao Presidente da Comissão de Saúde e ao Presidente da Comissão de Educação que inicie uma completa investigação para saber exatamente o que está acontecendo com a saúde e com a Assistência Social em Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A minha presença na tribuna é para registrar um acontecimento de ontem, nesta Cidade, que me sensibilizou. Ontem pela manhã, assisti, no Estádio Municipal Ramiro Souto, a abertura da Copa da Solidariedade. Estavam presentes 32 equipes formadas por jovens, adolescentes, infanto-juvenis representando cada uma das seleções que começam a disputa na Copa do Mundo esta semana. O episódio era de uma grandiosidade sem par, porque movimentou, a grosso modo, mais de 350 participantes que, ao invés de ficarem na periferia da Cidade, consumindo tóxico, expondo-se a situações desagradáveis, de rixas, de brigas e até de morte, preferiram ir numa festa organizada participar de uma atividade sadia. Esta Copa da Solidariedade é promovida pela UAMPA, pela União das Associações dos Moradores, e pelo nosso companheiro, Ver. João Bosco, através de seu programa de televisão. Ele conseguiu patrocínio dos Governos Municipal, Estadual e Federal e está promovendo essa festa. Um fato que chamou a atenção foi que a Banda da Brigada Militar, convidada, e prometida para abrir o desfile, não pôde comparecer, alegadamente por falta de condução, e todo o pessoal que estava lá ficou frustrado com a não-presença da banda da Brigada para abrilhantar o desfile. Mas isso foi um episódio superado, porque havia um excelente serviço de som. Vários candidatos apareceram lá na festa, falaram - e nisso não há nada de mais, porque foi uma festa pública - e quero registrar o acontecimento como uma das coisas que esta Cidade deve continuar cultuando. Os futebolistas jovens, hoje, estão com cada vez menor espaço para praticar o tradicional joguinho de bola. Felizmente, o Estádio Ramiro Souto está lá, para a gurizada, de forma organizada, todo mundo bem uniformizado, com as cores dos seus respectivos países, um desfile impressionante, que me lembrou o desfile de abertura da Universíade, que vamos comemorar daqui a alguns dias os seus trinta e cinco anos. O desfile inaugural da Universíade foi no Estádio Olímpico e lembro como se fosse hoje, porque eu era o apresentador do desfile. O Ver. Záchia esteve presente na Copa da Solidariedade, falou, disse da satisfação nossa, de todos os porto-alegrenses, por esse episódio, um episódio dignificante para a juventude, para a adolescência porto-alegrense. Tomara que se repita por muitos e muitos anos e, sobretudo, atendendo a uma reivindicação da Dep. Jussara Cony, que pediu que fosse elaborada uma copa para equipes femininas. Vamos ver se dentro de algum tempo nós teremos esse desejo cumprido. Queria registrar esse acontecimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1798/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/98, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 1999 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04 e 05.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, voltamos a Porto Alegre. A Porto Alegre problematizada, a Porto Alegre administrada de forma inconveniente, de forma incorreta; a Porto Alegre das leis não-respeitadas, a começar pela Lei Maior que é a Lei Orgânica. A Porto Alegre que utiliza as leis da forma que melhor convém à Administração Prefeitural. É por isso que, quando apresentei emendas, o ilustre Senhor Primeiro Secretário desta Casa sorriu, porque eu digo que chega de leis! Leis devem ser claras, precisas, concisas, respeitadas - especialmente respeitadas -, e não sou eu que digo, chega de leis. Há cento e sessenta e oito anos o Governador da Província dizia a mesma coisa: Lei deve ser clara, precisa, concisa, fruto da experiência e da luz e as que têm aí, dizia ele, são suficientes, desde que sejam respeitadas. Mas a Administração Prefeitoral daqui olha a lei da forma que mais lhe agrada. É por isso que eu digo que o Vereador tem seus grandes momentos na discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, na discussão do Orçamento, na discussão do Plano Diretor - este ano um ano excepcional -, na discussão do Código de Edificações, na discussão do Código de Proteção contra incêndio. Então esses são os momentos do Vereador, e ele deve se aprimorar, ele deve mostrar que tem competência e que estuda e tenta fazer acontecer. Então eu fiz uma Emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias alterando o art. 13 da proposição prefeitoral. Quero que a admissão de servidores da Administração Pública Municipal se dê “conforme o que dispõe o art. 19 da Lei Orgânica do Município”. E as “cartas-contrato somente serão admitidas nos casos e prazos previstos no Inciso IV do art. 24 da Lei 8666, de 21 de junho de 1993”. Ou seja: em caso de calamidade pública ou de emergência, decretados. Eu já poderia decretar calamidade pública pelo tipo de administração que está aí ocorrendo. Não fiz mais do que transcrever o artigo da Lei 8666, de 1993, que diz no seu Inciso IV, do art. 24, que “é dispensável a licitação nos casos de emergência ou de calamidade pública”. Sou um leitor assíduo do Diário Oficial, e por isso estou sempre em Porto Alegre. Aqui está o Diário Oficial de quinta-feira, onde temos, nada mais, nada menos do que seis cartas-contrato; aqui está o Diário Oficial de sexta-feira, onde temos, nada mais nada menos, do que treze cartas-contrato. Mas isso é diário. Evidentemente, poderia ser um momento difícil, mas não foi decretada a calamidade pública e nem emergência. Tenho algumas dezenas, algumas centenas ou alguns milhares de cartas renovadas, e isso já faz 10 anos, e eu reclamo há 10 anos. Então, agora está colocado na Lei. E se não cumprirem a lei vamos ao Ministério Público, e dá cadeia, até. Aqui estão respostas a pedidos de informações, Ver. Adeli Sell, do Prefeito Olívio Dutra, do Prefeito Tarso Fernando e, agora, estou esperando uma resposta do Prefeito Raul Jorge, e nós vamos chegar à análise destas cartas-contrato absurdas, ilegais.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, em primeiro lugar não compreendo como V. Exa. vincula este debate das cartas-contrato à Lei das Diretrizes Orçamentárias. Talvez, no tempo que resta, V. Exa. consiga explicar esta vinculação, nesta discussão.

Segundo: gostaria de saber se V. Exa. tem condições efetivas de nos dizer quantas cartas-contrato existem da Administração Pública de Porto Alegre com prestadores de serviços, porque nós estamos fazendo esse levantamento e gostaríamos de não ficar nessa dúvida e numa acusação que V. Exa. faz de que há exageros e equívocos.

E onde está, por último, a calamidade pública a que V. Exa. se refere em Porto Alegre?

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, eu disse que chegava a Porto Alegre. Então, estou em Porto Alegre e leio , na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o art. 13 do Projeto de Lei do Executivo: “Admissão de servidores da Administração Pública Municipal será efetivada conforme o que dispõe o artigo 19 da Lei Orgânica Municipal”, ao qual estou acrescentando o impedimento para as cartas-contrato. E posso afirmar que são centenas.

Eu lhe mostrei, aqui, dois diários, um de quinta e outro de sexta-feira, um tem seis e outro tem treze cartas-contrato. Eu tenho em mãos o Pedido de Informação - não o que eu pedi, agora, de 1º de janeiro de 1997 até 20 maio, esses ainda não tenho - dos Prefeitos Olívio Dutra e Tarso Genro que são milhares de cartas-contrato que foram renovadas, às vezes, por um ano e meio. E a Lei é absolutamente clara: “em caso de calamidade pública ou emergência”.

Não tive, ao longo desses nove ou dez anos de Partido dos Trabalhadores na Prefeitura, nenhuma declaração de emergência ou de calamidade pública. Agora, é uma calamidade, sem dúvida nenhuma e, aí, é ironia, Sr. Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, que o Prefeito de Porto Alegre, mesmo alertado dessa tribuna ao longo de dez anos, continue fazendo cartas-contrato que são ilegais. Essas são ilegais mesmo, e eu não encontro quem possa dizer o contrário, então não há por que legislar.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, um homem com a estatura de V. Exa., realmente, quando fala essas coisas, pode passar à população de que elas estão absolutamente certas, e V. Exa. está fazendo algumas observações de possíveis incorreções

Parece-me que seria, de todo bom, para o Município e para o próprio Executivo Municipal, que V. Exa. comprovasse, pelo menos, uma dessas cartas-contrato, para que não ficássemos nessa situação de fazer hipóteses para a TV 16, e todo mundo assistindo a isto: “parece que existe, parece que é verdade.” E não é verdade! Se V. Exa. mostrá-las, eu me curvo.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, eu respeito muito V. Exa. Agora, eu não sou melhor que ninguém e, muito menos, do que V. Exa., que foi Presidente, Vice-Presidente, Vice-Secretário da Casa. Eu nunca fui nada na Mesa Diretora desta Casa, eu sou um simples Vereador, por isso, talvez, eu tenha tempo de ler o Diário Oficial. Então, V. Exa. tem aqui o Diário Oficial, que é incontestável.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: Mas não diz que é ilegal. Se está no Diário Oficial, é legal. Só isso.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador, eu sou Engenheiro, V. Exa. é Arquiteto, mas nós conhecemos um pouquinho de leis. Aqui diz: “Cartas-Contrato. amparados na Lei nº 8666, inc. XXIV. É dispensável a licitação nos casos de emergência e de calamidade pública”.

Agora, pergunto a V. Exa. que foi Presidente da Casa, respondeu pela Prefeitura, é Vice-Presidente, diga-me: quando é que houve emergência ou calamidade pública decretada? Ou não se faz mais decreto de emergência? Estamos viajando para a França com o Prefeito e o Vice e a calamidade pública existe, porque estamos fazendo as cartas-contrato, uma em cima da outra, ilegalmente! Vou-lhe dizer mais, Ver. Clovis, porque estou atento, e reclamei para o ex-Secretário de Saúde que estavam chamando “otorrinos” por carta-contrato, quando havia concursados. Agora, recentemente, porque eu reclamava muito, chamaram um dos concursados para assinar a carta-contrato. V. Exa. há de convir que é ilegal!

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa. permite mais um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de, realmente, registrar que é do nosso interesse deixar absolutamente claro, transparente esse aspecto. V. Exa. sabe que não foi decretada calamidade pública, até porque o Governo teve a capacidade de gerir os processos administrativos. Mas emergências temos muitas no Município, porque o Município está assumindo inúmeras responsabilidades, que são recentes, inclusive sobre a questão da saúde, e que antes que os concursos se realizem, antes que tenhamos as condições de contrato através de concurso público para atender, emergencialmente, determinados tipos de serviço na área da saúde, da educação, da limpeza e assim por diante, somos obrigados a fazer esse tipo de contrato.

Eu duvido que o Prefeito esteja arriscando, de algum modo, fazer coisas ilegais, estaria glosado lá no Tribunal de Contas. Nós não temos dúvida de que o Prefeito quer fazer com a maior lisura e a maior transparência, não pode deixar o povo sem atendimento.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Ver. Clovis Ilgenfritz, sou grato a V. Exa. pelo aparte. E eu, realmente, talvez perca o meu tempo, talvez eu não deva cuidar das coisas de Porto Alegre.

Mas eu não estou falando do dia de quinta-feira e de sexta-feira, estou falando desde 1989. Está aqui documentado, assinado duas vezes pelo Prefeito Tarso Fernando, o Dr. Olívio Dutra e, agora, estou esperando a assinatura do Prefeito Raul Pont, que está na França, mas o computador poderia ter me dado exatamente na hora. E não é uma urgência, não é uma emergência, não é nada, simplesmente há um desrespeito à lei.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, V. Exa. mesmo levantou sobre as cartas-contratos, que elas se concentram, quase que exclusivamente, na Secretaria da Saúde.

 

O SR. JOÃO DIB: Eu não disse isso.

 

A Sra. Maria do Rosário: Bom, eu entendi dessa forma. Então, eu quero, na verdade, compartilhar esta informação com V. Exa., porque é assim que se dá, é praticamente na Secretaria de Saúde. V. Exa. usou o exemplo do otorrinolaringologista.

 

O SR. JOÃO DIB: V. Exa. me leva a um raciocínio que eu não fiz, pois tem até juiz de futebol contratado com carta-contrato. Ou se faz lei e se cumpre, ou se brinca de cumprir.

Agora, vou seguir, porque senão o meu tempo chegará ao final. Eu concedi aparte para todos e estes não foram claros, precisos e concisos, tentaram mostrar que eu não estava procedendo de forma correta.

Pois hoje eu apresentei uma Emenda e o nobre Ver. Juarez Pinheiro sorriu, porque eu coloquei que o montante das despesas com a saúde não será inferior a 13% das despesas globais do Município, excluídos do cálculo, transferência da União, do Estado referentes ao Sistema Único de Saúde.

Mas claro que o orçamento global da Prefeitura. E não sou que digo. Eu coloquei que sou estudioso, e querem que eu não estude.

Aqui diz assim: (Lê.) “Quando a lei trata de despesas globais do orçamento anual do Município, refere-se ao orçamento consolidado, ou seja, administração direta e indireta, autarquia e fundações. E é sobre esse total que incidirá o percentual de 13%, que é especificado no parágrafo 2º do art. 64 da Lei Orgânica”. Isso respondia a uma Questão de Ordem deste Vereador. Não há o que reparar no Parecer exarado pelo Doutor relator da ATP. E eu devo considerar que foi aprovado por unanimidade, com votos do Ver. João Motta e do meu querido Ver. José Valdir. Portanto, é hora de estudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ou se faz lei para que seja cumprida, respeitada, acatada, ou não se fazem leis. Agora, ninguém há de dizer que eu falseei a verdade, que não trouxe documentado tudo o que aqui afirmei. Até juiz de futebol é contratado por carta-contrato. Isso não existe; só na Prefeitura do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é muito importante, como já foi frisado aqui, este momento em que se discute a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Município de Porto Alegre, um momento privilegiado para discutir as diretrizes, o norte, o caminho para a Municipalidade: o que o Executivo pretende fazer, como pretende fazer e os meios que ele vai-se dar, tanto os meios políticos quanto os meios materiais.

É evidente que o que foi posto aqui pelo Ver. João Dib tem que ser discutido com tranqüilidade. É óbvio que não é proibido, pelo contrário. Se não, não existiria o estatuto da carta-contrato.

A carta-contrato é, exatamente, para uma prestação temporária de trabalho, de serviço. É óbvio que nós não abriremos concurso público para juiz de futebol, porque é apenas por um pequeno período que essa pessoa prestará serviço à municipalidade. E todos nós sabemos o quanto é importante o espaço de lazer na nossa Cidade. Mas não tem sentido que a Prefeitura tenha uma pessoa, especificamente, nos seus quadros funcionais para essa tarefa.

Portanto, neste caso, cabe a carta-contrato nesse momento. Não posso, Ver. João Dib, pautar-me apenas pelo Diário Oficial de quinta e sexta-feira. Sei que V. Exa. tem levantado algumas questões de demora. Posso concordar que, em alguns casos, talvez tenha tido demora, mas é exatamente isto que estamos estudando, porque houve esses casos. A alguns já posso responder: concursos da saúde realizados, as pessoas têm que apresentar documentação, há trâmites aos quais obedecemos, rigorosamente, nada se faz de forma ilegal e atabalhoada, pelo contrário, se faz de forma serena, dentro da lei. E, neste momento, temos que fazer algumas cartas-contrato.

Lastimo que o Ver. Jocelin Azambuja, que fez um carnaval, aqui, tenha sumido do Plenário, dizendo que nós tínhamos gravíssimos problemas na área da saúde e que não dávamos conta.

Pois as cartas-contrato que estamos discutindo são exatamente para esse momento de profunda dificuldade, pelo clima, pelo inverno que se avizinha, pelas condições de vida; contratando pessoas, especificamente, para dar conta dessa tarefa em relação à qual somos cobrados.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V. Exa. não pode esquecer que recentemente eu trouxe vários exemplares do Diário Oficial onde, em um deles, havia 21 cartas-contrato; outro, tinha três; outro, seis; outro, oito. Faço isto diariamente. Estão aqui, nas minhas mãos, documentos assinados pelos ex-prefeitos, não tenho, ainda, do Prefeito, que foi para a França, não tenho a resposta dele, mas espero que, quando voltar da França, possa responder, porque nós vivemos na era do computador, e quero as cartas-contrato na forma da lei. Não fui eu que criei a lei, é o Município que coloca na carta-contrato, art. 24 da Lei nº 8666, inciso 4. Só quero que se cumpra a lei.

 

O SR. ADELI SELL: Este Vereador quer, tal qual V. Exa., todas as informações, porque eu sempre digo que um dos papéis do Vereador, seja da situação ou da oposição, é fiscalizar. Eu não gostaria, não quero e não haverá essa possibilidade de deixar passar alguma coisa sem verificação. Nós vamos lhe dar resposta a todas essas questões - como estamos dando aqui - minuciosamente.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu queria referir a V. Exa. que nenhum partido lutou mais, durante a Constituinte, em 1988, para que a questão dos concursos públicos fossem um princípio da Constituição Federal, do que o Partido dos Trabalhadores. Quero também chamar a atenção de que só temos cartas-contrato, como V. Exa. já disse, na Secretaria Municipal de Saúde. Se, para algum caso emergencial existir algum juiz de futebol, alguém que se preocupe com lazer das pessoas e que também seja um profissional da área da saúde, não há nenhum óbice.

Por último, gostaria de dizer que não demos estabilidade na EPATUR para nenhum funcionário. Nós, da Administração Popular, sempre trabalhamos com a questão do princípio do concurso público, pois muitos problemas aconteciam durante o período de exceção, de contratação, assegurando a estabilidade a funcionários que não fizeram concurso público. Isso não faz parte da nossa forma de fazer política.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) De certa forma me conforta ver que possíveis críticas a nossa administração concentram-se apenas nessa questão das cartas-contrato que são, praticamente todas, na Secretaria da Saúde. Nós ainda estamos corrigindo questões da municipalização para preencher vagas que não estavam preenchidas, e agora aparece um juiz de futebol. Como é que se contrata alguém para apitar os campeonatos de várzea, os campeonatos de times de coroas, etc.? Se alguém conseguir explicar

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Guilherme Barbosa, eu estou, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, mostrando o que fizemos dentro da regra, da norma e da legislação. V. Exa. apenas reafirma aquilo que nós já dissemos nesse caso mais especial e nos casos da área da saúde.

Eu levantei, antes, no período de Grande Expediente, a questão do BANRISUL, onde há dezenas de estagiários, fazendo o papel de bancários, e ninguém respondeu. Nós respondemos as questões que nos perguntam. Nós temos a responsabilidade, inclusive, vamos ouvir o Ver. Jocelin Azambuja que antes fez um alarde aqui no Plenário sobre a questão da saúde. Estamos mostrando ao Vereador que tivemos, emergencialmente, que fazer algumas cartas-contrato para as pessoas serem atendidas nos postos de saúde.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho, Ver. Adeli Sell, que o seu Partido tem pecado, lamentavelmente, pela forma com que todos aqueles que administram querem-se eximir de sua responsabilidade, tentando jogar a responsabilidade no Governo Estadual. O Secretário de Saúde Lúcio Barcellos, que é funcionário também da Secretaria Estadual de Saúde, sabe das suas responsabilidades e sabe que a municipalização a saúde foi feita com grandes atribuições para o Município, mas recebendo as verbas relativas a isso. O que ocorre, Vereador, é que lamentavelmente não tem sido cumprido aquilo que é básico: saúde. V. Exa sabe que é fundamental o atendimento nos postos. E o que estamos vendo é uma inversão, as pessoas correm para os hospitais, porque não possuem atendimento nos postos de saúde. E a municipalização não foi feita este ano ou no ano passado, foi no ano retrasado. Então, não é um fato novo, não é algo onde o Governo Municipal não pudesse ter agido.

Por isso que eu solicitei dentro daquilo que V. Exa colocou, que o seu Partido procura dar explicação de tudo, que a Comissão de Saúde desta Casa, que o Presidente, que é do seu Partido, convoque o Secretário da Saúde e se faça uma ampla investigação a respeito.

 

O SR. ADELI SELL: Não se preocupe, porque, se depender do Ver. Renato Guimarães, que é por demais atento a essas questões, nada ficará sem respostas.

 

O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu acho que realmente nós precisamos fazer até, quem sabe, uma reunião com alguns Vereadores desta Casa, para acertar uma forma de discussão que realmente possa trazer efeitos positivos. Se cada vereador que assumir a tribuna disser o que bem-entender, sem provar nada, fica difícil para a população que nos ouve.

Eu peço a V. Exa que responda ao Ver. Jocelin Azambuja, se der tempo, alguma coisa sobre a questão de saúde, porque ele disse há pouco que não existe nada. A população que tem que dizer a ele quem tem que dizer a ele, pois é só andar nas vilas de Porto Alegre que ele verá.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Clovis Ilgenfritz, é exatamente isso que vou fazer, como fiz de outra feita. Farei um ofício ao nobre Secretário Lúcio Barcelos, de longa e militante tradição na área da saúde, homem íntegro, para que convide os Srs. Vereadores para, numa madrugada, visitarem todos os postos de saúde e hospitais onde a Prefeitura tem ingerência, porque nós ainda estamos num processo de municipalização. Infelizmente eu acho que o nosso governo errou, Ver. Jocelin Azambuja, pois ele deveria ter mostrado, com fotografias, na televisão, no rádio, nos jornais - e, inclusive, pagar -, como encontrou a sucata da saúde, quando foi municipalizada. Eu acho que o PT cometeu um erro grave, ele não fez propaganda da barbaridade em que encontrou a saúde pública, quando assumiu a municipalização. Foi um erro, e deve-se cobrar da nossa própria administração. Que mostre, que retroaja no tempo, porque agora nós estamos fazendo a municipalização. Nós estamos dizendo, Ver. João Dib, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que a saúde está entre as prioridades.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, a municipalização está sendo feita em cima do trabalho que a Prefeitura já estava fazendo, na administração do Partido dos Trabalhadores, e, se encontrou sucata, foi sucatada pelo Partido dos Trabalhadores e não por outro.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. João Dib, acontece que nós assumimos parcela significativa da parte federal e estadual, e é isso que quero deixar registrado. O nosso erro, Vera. Maria do Rosário, foi não termos escancarado e mostrado para a sociedade do Rio Grande do Sul como encontramos a saúde e o quanto estamos penando para recuperá-la na Cidade de Porto Alegre.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, quero dizer que, dos profissionais que foram disponibilizados pelo Estado, no processo de municipalização, 165 deles nunca exerceram atividade na Secretaria Municipal da Saúde, nunca vieram para o Município, e 348, um número muito considerável na área da saúde, absolutamente deixaram o serviço público, através de licenças, aposentadorias, exonerações, ou mesmo através do PDV proposto pelo Governo do Estado. Isso, sim, pressionou uma política de carta-contrato, porque o contrário seria a omissão do Poder Público frente à necessidade de urgência no atendimento da comunidade, que tem e deve ter prioridade em Porto Alegre.

 

O SR. ADELI SELL: Obrigado. Vou concluir a minha intervenção dizendo que a par dessa questão importantíssima, que é prioridade para a Administração, que é a saúde, nós não estamos esquecendo outras coisas que também são importantes.

Aqui, no ponto de organização da Cidade, há vários pontos falando da cultura, o que Porto Alegre vive, o que é, o que foi, qual o seu legado e como temos que preservá-lo hoje, amanhã ou depois de amanhã.

Na Lei de Diretrizes Orçamentárias nós estamos colocando elementos importantes da preservação cultural, da cultura indígena em Porto Alegre, do Corredor Cultural, que tivemos um bom debate na semana passada; enfim, de uma série de atividades que dão ênfase às ações culturais de caráter permanente na nossa Cidade. É isso que queremos colocar como um elemento de globalização da vida de homens e mulheres na nossa Cidade: saúde pública; segurança, que vamos cobrar do Governo do Estado, porque é uma questão atinente a ele; moradia; educação; complementando essas questões básicas com o esporte, cultura e lazer, olhando, particularmente, para a juventude e para a terceira idade, a ponta das nossas vidas, que sem elas nada faz sentido. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Pauta Especial.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, novamente voltamos à discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É interessante dizer que este ano é muito importante para Porto Alegre, para o Estado do Rio Grande do Sul, para o Brasil, e fazer a comparação de como se dão as relações entre o nosso Município, o Estado e a União. Começo dizendo que o Orçamento Municipal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plurianual são ferramentas que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre traz a esta Casa construídas no debate com os moradores desta Cidade.

A LDO, o Plurianual, os orçamentos anuais não são só peças orçamentárias construídas dentro do gabinete do Senhor Prefeito e apresentadas a esta Casa, são peças que são construídas no debate, no dia-a-dia, em centenas de comunidades da nossa Cidade. Isso é importante para se dizer qual é o caminho, qual é a diretriz que a Lei de Diretrizes Orçamentária nos aponta? Afirmo que no Estado e na União a coisa é diferente, o Senhor Governador, na execução orçamentária do ano passado, não cumpriu em 80% o apresentado na Assembléia Legislativa. Em 80% o orçamento anual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, não foi cumprido. E não houve destaque na imprensa. Podem perguntar: qual a importância do orçamento da Saúde do Estado com Porto Alegre? Tem tudo a ver. Não há repasses de recursos do Estado para Porto Alegre, que é a Capital que recebe todos cidadãos do Rio Grande do Sul, quando é necessário um atendimento especializado. Não houve nenhum repasse do Governo do Estado para o Governo do Município. É importante discutir isso. A Lei Orçamentária do Município é construída a partir da relação com o Governo do Estado e com o Governo da União. Se existe um culpado pela crise que enfrentamos na Saúde esse culpado é o Governo Federal. O Governo Federal, a cada ano, vem diminuindo, de forma drástica, o orçamento na área da Saúde. O Brasil gasta por ano, “per capita”, por brasileiro, na área da saúde, oitenta e quatro reais, na Argentina são gastos trezentos e sessenta reais, enquanto que no Canadá são gastos três mil e quinhentos reais. Por favor, que política pública vamos fazer, se o orçamento da União para a saúde, a cada ano, decresce cinco ou seis bilhões?

Perdôo o Ver. Jocelin Azambuja por sua intervenção neste Plenário, porque sendo um Vereador suplente, está, às vezes, nesta Casa, e por isso não entende que desde o dia primeiro de janeiro, quando assumimos a Comissão de Saúde, fizemos um conjunto de investidas, não só junto aos secretários do Município, do Estado, mas também junto aos secretários das prefeituras da Região Metropolitana. Por que temos um quadro assim? Quantos serviços conveniados pelo SUS o Município de Viamão tem para atendimento na área de maternidade? Viamão hoje não tem um serviço de maternidade conveniado. Quer dizer que toda senhora grávida em Viamão necessita ganhar seu filho em Porto Alegre, porque lá não tem atendimento. O único hospital de Viamão fechou as portas para o SUS, que é o de caridade. Onde está o debate da Secretaria do Estado que deixou isso acontecer? Porto Alegre não é uma ilha, esta Cidade gasta treze por cento do seu orçamento com saúde. Faz muito, sim. É uma lástima alguns Vereadores aqui não conhecerem esse fato. Essa é uma prova de que desconhecem Porto Alegre. São Vereadores e desconhecem questões da Cidade para a qual foram eleitos.

Dizer hoje que Porto Alegre não tem um modelo de saúde, que não tem um serviço de atenção básica é desconhecer o que ocorre. Esta Cidade tem vinte e nove serviços de saúde da família, são postos que funcionam em áreas de extrema carência na Cidade. Porto Alegre municipalizou sessenta serviços que eram do Estado e foram entregues à Prefeitura de Porto Alegre totalmente sucatados. Mas quem sabe erramos, porque não tentamos divulgar o que estávamos recebendo? Tentamos sim, fizemos todo esforço para registrar nos meios de comunicação que não estávamos recebendo postos de saúde, estávamos recebendo sucatas. Na Vila Cruzeiro o que foi passado para nós era uma sucata. No PAM-4, eram prédios deteriorados, totalmente acabados, não foram investidos nos últimos anos sequer um real nesses prédios, e foram passados à estrutura municipal desse jeito. E mais, dezessete serviços de complexidade da própria Prefeitura, como é a Unidade Centro Bom Jesus, que tem Raio-X, tem laboratório e farmácia e a Unidade Rubem Berta - esse conjunto todo hoje soma cento e sete serviços de atenção básica na Cidade, Ver. Jocelin Azambuja. É uma pena que o Vereador desconheça isso, porque não são dezessete, são cento e sete serviços de atenção básica. E o Vereador desconhece isso, é suplente de Vereador, não está sempre aqui, e vem aqui dizer que é necessário perguntarmos ao Secretário de Saúde do Município. Não é necessário perguntar, porque, de forma permanente, o Secretário de Saúde vem a esta Casa, à Comissão de Saúde e a este Plenário trazer esses dados.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Renato Guimarães, em primeiro lugar, lamento a expressão que V. Exa. usou falando da minha condição de titularidade no dia de hoje. Não é dessa forma que se faz um debate de alto nível.

Em segundo lugar, Vereador, muito antes do senhor chegar a esta Casa, eu já era Vereador, desde 1993, e acompanho a questão da saúde profundamente.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Então, o senhor tem que conhecer melhor a Cidade.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: Só um momentinho, Vereador, se me permite. Isso é democracia, não é? Muito antes de V. Exa. chegar nesta Casa, e se o senhor não sabe, pesquise as Emendas da área de saúde, das quais 90% são de minha autoria nos últimos quatro anos. Conheço bastante a questão da saúde e quero lhe dizer o seguinte: V. Exa. está desinformado em relação às verbas federais...

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Dou o aparte ao Ver. João Dib.

 

O Sr. Jocelin Azambuja: Mas como, Vereador? O senhor não permite o aparte.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Senhor Presidente, é interessante, nesse debate que se faz, ouvir as críticas aqui no Plenário, e quando se vai falar e apresentar as respostas, a intervenção da gente é cravada de um conjunto de apartes que acabam prejudicando a intervenção. O Vereador usou a tribuna, falou o que quis e não quer ouvir agora. Infelizmente, isso faz parte da democracia, e vamos continuar com nossa intervenção.

Vamos continuar registrando que é interessante que se fala muito aqui, e o Ver. João Dib fala muito em transparência. Agora, não vimos, nos últimos dez anos, Porto Alegre estar envolvida no cenário nacional com ordem judicial mandando prender o Prefeito da Cidade. Nós não vimos isso. É interessante se ver que a Cidade de São Paulo, que o Estado de São Paulo teve ação nesse sentido. O Prefeito da Cidade de São Paulo tinha ordem da prisão e o Vereador não fez nenhum comentário sobre esse fato. Isso é que é interessante.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu ouvi Vossa Excelência dizer que o PT administra mal a saúde em Viamão. Não ouvi a resposta em relação às milhares de cartas-contrato, mas vou deixar tudo isso de graça. Quanto, em reais, a Prefeitura tem no orçamento da sua própria receita este ano para a saúde?

O SR. RENATO GUIMARÃES: Setenta e cinco milhões. Muito mais do que o Governo do Estado prometeu e não fez.

 

O Sr. João Dib: Sou grato. Vossa Excelência sabe o número, mas deveria ser cem milhões.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: O Hospital de Caridade de Viamão não está atendendo pelo SUS por causa da incapacidade do Sr. Secretário de Saúde do Estado em negociar com o hospital.

 

O Sr. Isaac Ainhorn V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Secretaria Municipal de Porto Alegre ficou “com o mico na mão” e está enfrentando tudo aquilo que a União Federal não teve a competência para assumir no tocante à saúde neste País. Sabemos que, infelizmente, os grandes setores ainda dominam a saúde neste País e inviabilizam o atendimento à saúde. Temos que identificar os partidos deste pacto existente no País como responsáveis pelo caos na saúde pública; são os partidos que dão sustentação ao Governo Federal, que estão aqui presentes neste clima democrático de pluripartidarismo, o PMDB, PSDB, PPB e o PTB do Sr. Sérgio Zambiasi. Infelizmente, convivemos democraticamente com esses partidos que são os responsáveis pelo sucatamento total da saúde. O PT ficou, aqui, “com o mico na mão” e o nobre Ver. Henrique Fontana não agüentou a pressão que houve em torno dele, porque não há solução para o problema nos termos que estão colocados.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu gostaria de fazer um último registro e perguntar aos Partidos da base de sustentação do Governo Britto: qual é a prioridade do Governo do Estado, é educação, é saúde, é segurança pública?

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, interrompo o seu tempo. V. Exa. está discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias do Município. Então, eu pediria que V. Exa. se ativesse exatamente à LDO do Município. Devolvo o tempo a V. Exa. para que continue a discutir.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: É mais um registro de como as coisas acontecem no Plenário, podemos ver pelas intervenções que foram feitas.

Eu trouxe os registros dos últimos anos do Orçamento Participativo. Em cada registro está apresentada uma relação de prioridades que a Prefeitura construiu junto no Orçamento Participativo: saúde, educação, habitação. Está aqui, está registrado e está sendo construído ano a ano.

Agora, não tem como não fazer o registro aqui. O Governo do Estado tem uma prioridade: passar recursos para a GM; e o Governo Federal tem outra prioridade: botar dinheiro no PROER, nos bancos privados, botar dinheiro na ciranda financeira. Não podemos deixar de fazer esse registro aqui, pois seria uma irresponsabilidade com a Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero registrar a presença do Dep. Federal Fetter Júnior. É uma honra para este Plenário, para esta Casa Legislativa poder receber a visita de V. Exa. Sabemos que V. Exa. realiza um grande trabalho em nível federal. É um dos grande representante do povo do nosso Estado. Então, queremos saudar a sua vinda como um dos orgulhos desta Casa, nesta tarde. Muito obrigado pela sua presença.

A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para discutir em Pauta Especial.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, acredito ser bem importante esse debate acerca da Lei de Diretrizes Orçamentárias. O art. nº 116 da Lei Orgânica Municipal estabelece, repetindo a legislação maior deste País, as três peças fundamentais para a elaboração do Orçamento.

Creio que nos cabe recuperar, neste debate que estamos realizando aqui, que o Plano Plurianual foi aprovado no ano passado - portanto, no início desta Legislatura - com validade para os quatro anos. Hoje estamos debatendo as diretrizes orçamentárias, e o próximo passo será , no segundo semestre deste ano, debatermos o Orçamento.

Faço questão de referir desta tribuna, porque falo pela minha Bancada, o PT, que em Porto Alegre invertemos a lógica da elaboração do Orçamento e os orçamentos começam a ser elaborados antes.

O art. nº 116 da LOM prevê justamente essa possibilidade democrática, viva, de que a comunidade, em todas as suas instâncias, por diversos caminhos - e aqui em Porto Alegre concretizando-se através do Orçamento Participativo, nas plenárias regionais e temáticas - discuta todas as áreas de intervenção do Poder Público, debata onde os recursos públicos devem ser utilizados prioritariamente. É especialmente importante esta democracia direta na medida em que os municípios de um modo geral - e Porto Alegre não vive uma situação diferente dos demais em relação a isso - sofrem por conta da redução de recursos repassados pela União e pelo Governo do Estado.

Quero saudar, portanto, o debate estabelecido nesta Casa, na Pauta, um Projeto de Lei enviado pelo Executivo que trata das Diretrizes Orçamentárias, dizendo da nossa alegria em debater este Projeto, sabendo que o Município o envia após amplo processo de discussão, de debate aberto com a comunidade nas plenárias de educação, de saúde, de assistência social, de transporte e circulação, de desenvolvimento econômico, de esporte, assim como nas dezesseis microrregiões do Orçamento Participativo, que são muito importantes para Porto Alegre.

O Projeto, em si, nos apresenta a orientação para a elaboração do orçamento municipal no que trata a receita e a despesa municipal. Autoriza o Executivo no que diz respeito aos créditos suplementares em situações de critérios estabelecidos em lei. Estabelece, também, as diretrizes, por áreas, dentro da Cidade, a partir dessa discussão mais ampla realizada na sociedade.

Que questões eu quero apresentar e debater com V. Exas. acerca desse Projeto? A primeira delas é que o Executivo se preocupou em incorporar, já neste ano de 1998, alguns elementos trazidos pelos Vereadores quando da discussão, no ano passado, como, por exemplo, proposições que foram feitas pelo Ver. Paulo Brum de ampliação do transporte coletivo adaptado para pessoas portadora de deficiência - projeto de lei, inclusive, desta Vereadora, nesta Casa, porque sempre trabalhamos, unificadamente, com o Ver. Paulo Brum -, assim como a preocupação do Ver. João Nedel que, no ano passado, apresentou emenda no sentido de avançarmos, como uma meta na LDO, quanto à preservação do patrimônio histórico e cultural. Essas sugestões foram incorporadas pelo Executivo no Projeto da LDO.

Existem questões de muita importância na área de assistência social. Importante é nós consolidarmos, através da meta aqui estabelecida, a política de assistência social para o Município.

Gostaria de dizer que a política de assistência social do Município se dá, principalmente, pelo órgão gestor da assistência social, que esta Casa definiu em conjunto com o Executivo Municipal, mas com direito de voto aqui dentro, que deveria ser concentrado, como prevê a própria LDO, na Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC. Mas também se faz políticas de assistência social a partir de outras políticas do Município.

Portanto, é fundamental a consolidação das proposições e das políticas hoje existentes na assistência social, no sentido de que se garanta a assistência para um número ainda maior de pessoas. Mas essa assistência também se dá por outros caminhos, que faço questão de referir; por exemplo: na SMED, aqui, vemos avançar na proposição dos convênios com entidades cadastradas junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, viabilizando oficinas pelo trabalho para geração de renda para os adolescentes.

Eu acho que essa proposição - expressa aqui na LDO - apresenta uma preocupação fundamental com a questão da criança e do adolescente e com as políticas de assistência social que, depois, serão desdobradas no próprio Orçamento, e que são preocupações essenciais.

Hoje, o Ver. Pedro Américo Leal utilizou esta tribuna num apelo de que nós votássemos imediatamente o Projeto de sua autoria que trabalha a questão educativa, cultural, da prevenção e do enfrentamento do uso e do abuso de drogas na sociedade, especialmente entre os jovens, mas também se referindo a todas as idades - sem dúvida, reconhecendo que a juventude é a mais atingida por esse convite absurdo que todos os dias está à porta das escolas, e que está, permanentemente, através da propaganda, também, de cigarros e de bebida alcoólica. Vejam V. Exas. que, através dessas políticas de assistência e de saúde, temos aqui o enfrentamento direto e preventivo, mesmo, da incorporação de muitos jovens que vivem nas nossas comunidades e que muitas vezes não têm o abrigo e o trabalho da sua família diariamente no contato com ele, em programas sociais que não substituem - eu tenho certeza -, mas que se constituem, verdadeiramente, num apoio à família, num horário em que pais e mães estão fora das suas casas e que seus filhos ficam atendidos; e programas complementares da educação, como os programas extraclasse que existem no Município.

Quero dizer, portanto, que a LDO nos faz um desafio e que ela apresenta, na prática, políticas que já estão sendo desenvolvidas no Município. Nós não fazemos com a LDO a choradeira para quem não é possível fazer. Muito ao contrário, nós assumimos os desafios. Essas creches e essas comunidades que deixaram de ser atendidas pela extinção da LBA, quando a Fundação CBIA fechou as suas portas, quando o Governo Federal parou de repassar recursos para os municípios, entre eles Porto Alegre, nós continuamos dando atendimento através de critérios absolutamente transparentes, porque, quem determina aquelas entidades que são conveniadas com a FESC, aquelas entidades que são conveniadas com a Secretaria Municipal de Educação ou com a Secretaria Municipal de Saúde, não é o Governo Municipal. Quem determina essas entidades são as organizações não-governamentais, através de conselhos populares legítimos como o Conselho Municipal de Saúde, o Conselho Municipal de Assistência Social e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente que, recentemente, coordenou, na nossa Cidade, o processo de eleição dos Conselheiros Tutelares.

Transparência e trabalho não se compram em qualquer lugar, isso é a prática de um Governo que tem anos de trabalho e nós vemos que a União permanece com a caixa preta do seu orçamento. A votação de Orçamento, no Congresso Federal, tem sido para todos os brasileiros capitaneada pelos partidos que têm representação nesta Casa, como o Ver. Isaac Ainhorn muito bem recuperou no debate, num aparte que fez anteriormente. PTB, PPB, PSDB, PMDB - desculpem-me se esqueci de algum -. Mas V. Exas. que são representantes destes Partidos têm dado, dentro do Congresso Nacional, um mau exemplo de como fazer orçamento público. Lá, o orçamento público é feito sem honradez.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte?

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Não concedo aparte a V. Exa., porque o meu tempo é muito curto. V. Exa. poderá inscrever-se.

Quero dizer que os seus Partidos não têm dado um bom exemplo quanto à elaboração do orçamento público. O orçamento público, em Porto Alegre, começa na comunidade e termina com transparência, num debate legítimo e livre. Aqui não tem compra de votos, aqui tem a lisura do trabalho parlamentar de homens e mulheres honrados que, tenho certeza, compartilham este Plenário comigo. Lá, no Congresso da República, os Partidos que V. Exas. representam aqui dentro têm dado um péssimo exemplo, é a troca de favores com o Palácio do Planalto, é o Presidente Fernando Henrique mandando no Congresso Nacional, é uma forma de fazer política que não honra a ética que os trabalhadores e que a população brasileira têm lutado por muitos anos.

Quero voltar ao Município de Porto Alegre, referindo-me às questões que foram apresentadas, nesta tribuna, pelo Ver. João Dib e por outros Vereadores acerca das cartas-contratos.

Sr. Presidente, já avaliei que não posso conceder apartes, porque o tempo do PT é muito pequeno nesta Casa e quero utilizá-lo da melhor forma possível na representação da minha Bancada. Peço que V. Exa. resguarde o direito desta Vereadora.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. continua falando, eu cortei todos os microfones de apartes.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero registrar que o Partido dos Trabalhadores tem somente cinco minutos nesta Casa para fazer uma Comunicação de Líder. As Bancadas de oposição ao Governo Municipal têm, cada uma, cinco minutos. É muito difícil para o PT falar nesta Casa; portanto, não é por uma medida antipática que não concedo apartes. Os Vereadores Adeli Sell e Renato Guimarães, que me antecederam, concederam apartes a V. Exas. De minha parte, preciso dar uma resposta política às questões que foram aqui levantadas como prerrogativa da nossa Bancada que, tenho certeza, com educação, os meus colegas também conseguem compreender e aceitar. Quero referir, portanto, às questões que foram levantadas desta tribuna, que não são corretas, acerca das cartas-contrato. Na verdade, é preciso esclarecer a comunidade...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

Se V. Exa. não me permitir continuar, vou pedir que seja resguardado o meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h03min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h04min): Estão reabertos os trabalhos. Devolvo a palavra à Vera. Maria do Rosário.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Agradeço, Sr. Presidente. Não pretendia fazer desta tribuna, nesse debate da LDO, um pronunciamento que fosse polêmico. Pretendia, na verdade - e é a minha intenção -, estabelecer um contraponto a questões que foram apresentadas aqui desta tribuna, como o mais livre debate democrático e como o Parlamento estabelece, com a possibilidade de dispor do tempo que é desta Vereadora, pela inscrição que foi realizada. Quero referir aqui, Sr. Presidente, com o máximo de tranqüilidade, sobre a questão das cartas-contrato, que em Porto Alegre nós vivemos, com muito orgulho, com muita honra pela competência com a qual administramos os recursos públicos, porque Porto Alegre não é uma Cidade endividada. Em Porto Alegre, não se vendeu o DMAE nem a CARRIS. Nós não estamos utilizando recursos de venda de empresas públicas, que foram construídas com o suor da população desta Cidade, para gastar até o último anel das nossa jóias. Muito pelo contrário, nós temos zelo, amor pelo patrimônio público deste Município e jamais venderemos o DMAE, a CARRIS, a PROCEMPA. Ao contrário do que o que acontece hoje no Estado do Rio Grande do Sul, onde se entrega de barbada a CRT, onde se entrega de barbada a CEEE, e esses recursos são hoje colocados no Orçamento principalmente para pagar a dívida pública ou então, mentirosamente, dizem que vai para a área social, mas acaba nos cofres da GM e da Ford.

 

O SR. PRESIDENTE: Vera. Maria do Rosário, por favor, dentro dos temas municipais, V. Exa. tem um amplo espectro para poder se referir. Assim, peço que V. Exa. se prenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Não há nenhum problema, Ver. Presidente, porque esta Vereadora apenas está ilustrando a forma de fazer política diferenciada que existe entre a gestão que nós desenvolvemos em Porto Alegre e a gestão estadual. Assim como fiz um contraponto entre esta Câmara de Vereadores, na qual confio, e a forma com que o Orçamento é elaborado na Câmara Federal e também na Assembléia Legislativa.

Mas quero utilizar esse minuto dizendo que nós assumimos a gestão da Saúde e que mais de quatrocentos profissionais da área médica, da área de Saúde, abandonaram o serviço público. Abandonaram porque não são bem pagos pelo Estado, porque estão pressionados pela Reforma da Previdência e foram levados à aposentadoria. Ora, em serviço de Saúde - perdoe-me o Ver. João Dib -, age certo o Município quando recorre às cartas-contrato, porque não pode haver um dia sem atendimento, porque não pode ter interregno no atendimento, porque nós queremos atendimento e, enquanto estiverem sendo feitas cartas-contrato dentro da Lei, para o atendimento de saúde, nós, como Câmara de Vereadores, temos a obrigação de dizer: “Sim, está certo”. Porque, aqui, ninguém está sendo contratado por alto peso em ouro para uma agência reguladora das privatizações como pessoas do seu Partido estão sendo contratadas em nível estadual.

Então, concluo dizendo que vou voltar a este debate, vou me inscrever novamente, porque me interessa e interessa à nossa Bancada que discutamos isso para mostrarmos as diferenças, a seriedade, porque no nosso Governo ninguém entrou pela porta dos fundos. Mas, Sr. Presidente, eu concluo dizendo que nos governos anteriores, anteriores à gestão de Alceu Collares, inclusive, não sei se não teve funcionários que entraram no serviço público com uma “cartinha” do Prefeito. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista que nós estamos com uma série de proposições na Ordem do Dia, proponho a V. Exa. que, com a oitiva do Plenário, nós possamos inverter a ordem dos trabalhos, passando imediatamente para a Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro no sentido de que nós possamos inverter a ordem dos trabalhos, entrando imediatamente na Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores: João Dib, Eliseu Sabino, Paulo Brum, João Nedel, Fernando Záchia, Clovis Ilgenfritz, Cláudio Sebenelo e Jocelin Azambuja.

 

O SR. PRESIDENTE: Há quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Esclarecimento): Sr. Presidente, na próxima quarta-feira a nossa Sessão inicia às 14 horas. Sabemos que a nossa Seleção Brasileira começa o seu jogo às 12 horas e 30 minutos, o que normalmente vai até as 14 horas e 30 minutos. Como a Mesa irá proceder?

 

O SR. PRESIDENTE: Como eu acredito que o Brasil inteiro ou 99% dos brasileiros estarão, na quarta-feira, assistindo ao jogo da seleção brasileira, procederemos da seguinte forma: às 14 horas abriremos a Sessão, e provavelmente não haverá quórum, faremos uma declaratória da Sessão de quarta-feira e às 15 horas começaremos uma Extraordinária com a mesma Pauta da Sessão Ordinária normal. Por isso, não haverá nenhum tipo de prejuízo, porque ao invés de terminarmos, por exemplo, às 18h terminaremos às 19h.

Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com votos contrários dos Vereadores João Dib e Carlos Garcia.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer que se altere a ordem de apreciação dos projetos na Ordem do Dia. O da pág. 17, PLL nº 212/97, ficaria em segundo lugar e o primeiro ficaria na ordem.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): Sr. Presidente, eu tenho um Requerimento para adendar ao do Ver. Antônio Losada que os processos de mais fácil tramitação, ou seja, o da página 16, PLL nº 197/97; o da página 18, PLE nº 009/98,o da página 17, PLL nº 212/97 e os demais.

 

O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): O primeiro Requerimento solicita que o PLL nº 212/97, venha para o segundo lugar. Qual é o primeiro lugar neste Requerimento, nobre Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE: Foram feitos duas propostas: no Requerimento do Ver. Antônio Losada, requer que o PLL nº 212/97 seja votado em segundo lugar; no Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja não pode, na verdade, ele não pode vir em detrimento do primeiro Requerimento colocado. Se o primeiro Requerimento dizia que o Projeto de Lei do Legislativo fosse votado em segundo lugar, então, temos para votar o primeiro lugar, o terceiro lugar, o quarto lugar e assim por diante.

Em votação os Requerimentos dos Vereadores Jocelin Azambuja e Antônio Losada. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3329/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 197/97, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que estabelece o Projeto “Poemas nos Ônibus” e dá outras providências.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Discussão geral e votação do PLL nº 197/97.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Os requerimentos para alterar a Ordem do Dia se tratam de exceções à regra geral e se referem ao PELO nº 003/96. Então, esse é o primeiro. Apenas a segunda votação se dará a partir do Projeto do Ver. Antônio Losada.

Nós concertamos, inclusive, Sr. Presidente, nesse sentido. Tanto é verdade que ele pede que seja o segundo. Então, qual é o primeiro? Evidentemente a regra geral: o PELO nº 003/96.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, deveria ser assim se porventura não houvesse um segundo requerimento. E o segundo Requerimento, que foi aditado ao primeiro, pediu que a ordem fosse esta que nós estamos estabelecendo. V. Exa. teria razão se não entrasse o segundo Requerimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Apenas para esclarecer: no momento em que o Ver. Jocelin Azambuja colocava, eu excepcionava S. Exa. Ficou claro com o Requerimento formulado pelo Ver. Antônio Losada. Não teria sentido colocar-se em segundo lugar, se não se excepcionasse a regra, que é o PELO nº 003/96.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Elói Guimarães, eu só posso colocar em votação o que eu escuto em termos de requerimento e dos dois requerimentos que eu ouvi, o primeiro foi para que o PLL nº 212/97 fosse votado em segundo lugar, e o segundo Requerimento, para que o PLL nº 197/97 e o PLE nº 009/98 fossem votados, um em primeiro, e o outro, em terceiro lugar. Foram os dois Requerimentos que eu ouvi, um em aditamento ao outro. Coloquei em votação, o Plenário aceitou, e eu estou seguindo essa ordem, Ver. Elói Guimarães. Peço desculpas a V. Exa., mas foram os Requerimentos que eu recebi na Mesa e que coloquei em votação para que o Plenário pudesse deliberar.

Eu sinto que V. Exa. tenha-se prejudicado com a votação, mas esses foram os Requerimentos que eu recebi.

Em discussão o PLL nº 197/97. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 3758/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à atriz Carmem Silva.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 212/97. Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) (Após chamada.) APROVADO por 24 Votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0946/98 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/98, que declara de utilidade pública a Fundação Centro de Oncologia Radioterápica do Rio Grande do Sul.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 009/98. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1612/96 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (Substituição do Prefeito) Com Emenda nº 01.

 

Parecer

- da Comissão Especial. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.    

Observações:

- discussão geral e votação nos termos do Art. 130 do Regimento da CMPA.  

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/96 - Processo nº 1612/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir encerramos a 2ª Sessão de discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1019/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/94 de autoria do Ver. João Dib, que oficializa, como Hino de Porto Alegre, a canção “Porto Alegre Valerosa” e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e da Emendas nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 060/94 - Processo nº 1019/94, de autoria do Ver. João Dib. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós já em 1994, estivemos discutindo este Projeto do Ver. João Dib que acabou sendo arquivado e, agora, o Vereador volta com o seu Projeto de Lei para que se oficialize o de Porto Alegre. Eu falo com todo o respeito à pessoa que fez esse hino, agora, se nós oficializarmos esse hino como hino de Porto Alegre, eu vou ficar sem graça e muita gente vai ficar sem graça. Nada contra a proposição do Ver. João Dib, porque sei que foi um concurso feito e que a pessoa ganhou. Mas a letra é de muita pobreza! Porto Alegre precisa de alguma coisa mais forte, que transmita algo mais profundo, como tantas músicas em Porto Alegre. O Fogaça mesmo tem uma bela música, que quase é um hino de Porto Alegre, que o povo canta. Agora, Ver. João Dib, com todo o respeito que V. Exa. me merece, como todos os Vereadores desta Casa, eu acho que seria um absurdo aprovarmos esse Projeto, tornando oficial esse hino que não tem realmente uma interação profunda com Porto Alegre?

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. não concorda com a música ou com a letra?

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Olha, Vereador com tudo. Ouça o seguinte: “Porto Alegre valorosa, como o teu sol de puro azul. És a jóia mais preciosa do meu Rio Grande do Sul.”

 

O Sr. Fernando Záchia: É, mas V. Exa. está lendo.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Estou lendo porque isso aqui é como poema infantil. “Suas mulheres são belas, têm a doçura e a graça, das águas espelhos delas, do Guaíba que te abraça. Quem viu teu sol poente não esquece tal visão. Quem viver com a gente, deixa aqui o coração.” Pode-se dizer que são versinhos bonitos. Meu pai era poeta, ele estudou poesia e música, profundamente. Eu me criei no meio da poesia e da música, conhecendo um pouco de música e de poesia. Participo do Grêmio Literário Castro Alves que, agora, fez 40 anos. Eu acho esse poema simplório. Porto Alegre merece algo realmente mais forte.

O Ver. João Dib é uma pessoa por quem tenho profundo respeito, mas eu pediria que ele retirasse esse Projeto. Se quisermos fazer algo grande por Porto Alegre, vamos fazer um grande concurso, pegando os grandes autores que temos aqui - e esse cidadão também pode participar - e vamos buscar realmente um hino para Porto Alegre. Esse aqui, sendo oficializado como hino, Ver. João Dib, eu me sentirei muito mal.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Jocelin Azambuja, eu não fiz o concurso público que escolheu essa música e letra. Muita gente se inscreveu, e foi no ano de 1963. Eu não inventei. Agora, ele passou num concurso público e a Cidade escolheu. Eu não sei se V.Exa. é tão bom juiz capaz de, com seus conhecimentos, e até duvido, conhecer essa música.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu já tive oportunidade de tratar do assunto com V. Exa., até porque eu tinha um projeto no sentido de que se criasse um hino para Porto Alegre, e até o retirei, na época, porque V. Exa. tinha esse Projeto. Mas quero lhe dizer, Vereador, que, lamentavelmente, nós precisaríamos de um concurso mais amplo. Isso aqui foi um trabalho feito, com méritos, é claro, em 1961.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu me inscrevo e cedo meu tempo a V. Exa., Ver. Jocelin Azambuja. Eu vejo que não é radical a sua posição, pois V. Exa. levanta uma preocupação Eu tenho a certeza de que o Ver. João Dib não pode sequer colocar o autor num confronto dentro desta Casa. Acredito que nós poderíamos, dentro dessa idéia maior, promover um concurso mais amplo, mais abrangente para que isso possa ser avaliado até por algumas autoridades musicais, para que dêem um norte para este Plenário, no sentido de votar uma matéria que tem uma natureza técnica.

Quanto aos versos, acho que V. Exa. aponta bem algumas questões existentes; mas, vamos apelar ao bom-senso, no aparte que faço a V. Exa., do Ver. João Dib, para buscarmos o consenso dessa matéria, porque acho que Porto Alegre ter um hino é fundamental.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Agradeço a V. Exa. pela sua manifestação e entendo que o Ver. João Dib até pudesse ser o autor de um projeto de lei que buscasse a criação de um hino para a Cidade de Porto Alegre, pelo seu passado, por sua trajetória, pela sua história. Que se fizesse um concurso atual, porque este trabalho foi feito em 1961. Estamos em 1998; hoje, Porto Alegre tem outras realidades. Acho que seria importante que o Ver. João Dib apresentasse um outro projeto de lei criando o concurso para a escolha de um novo hino para Porto Alegre.

 

O Sr. Carlos Garcia: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu sugiro, até para evitar futuras polêmicas, que possamos ouvir esse Hino, para que todos os Vereadores o conheçam.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Jocelin Azambuja, V. Exa. acha que o hino, resultado de um concurso realizado em 1961, oficializado pela Prefeitura, é muito antigo. O que V. Exa. diz do Hino Nacional?

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Ele é muito simplório!

 

O Sr. João Dib: Simplório? V. Exa. não concorreu, não é? Eu disse que o Cel. Breno Outeral, que agora está falecido passou no concurso, outros não passaram em outros concursos, e o Hino Nacional é de 1822.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu concordo com Vossa Excelência, às vezes, esse referencial não é total, mas existe um referencial que trata da questão da simplicidade da composição, os versos são muito simplórios, dizem muito pouco da nossa Cidade, a nossa Cidade é muito mais do que está nesses versos. Essa é a questão fundamental.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. me permite um aparte?

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Apesar de V. Exa. não me ter concedido aparte antes, eu lhe concedo o aparte com o maior carinho.

 

A Sra. Maria do Rosário: Se V. Exa. precisar do meu tempo, eu poderei me inscrever e conceder o meu tempo neste novo momento do nosso Plenário.

Concordo com a preocupação de V. Exa., porque o hino será cantado em todas as escolas, será cantado em todas as solenidades. Temos uma responsabilidade muito grande, estamos decidindo pela Cidade. Não sei por que o Prefeito, daquela época, não deu validade ao concurso, que razões ocorreram naquele período histórico de l963? Eu vejo a possibilidade de reabrirmos a possibilidade, inclusive com músicas antigas, mas acho que o Ver. Carlos Garcia nos propõe uma bela medida, que pudéssemos ouvir o hino, encaminhando ao Senhor Presidente também, para que pudéssemos deliberar a partir da melodia, e não só da letra, que, inclusive, do ponto de vista feminino, não é a melhor.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: É nesse sentido que eu coloco, quero que o Ver. João Dib me desculpe, mas o objetivo é aprofundar mais. É difícil de ser votada, neste momento, esta matéria. Não temos condições hoje de votar esta matéria. Se tiver que votar, terei que votar contra, não existe outra alternativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Requerimento): Falando com o Ver. João Dib e outros Vereadores, acredito que todos estão de acordo com o adiamento da votação deste Projeto. Faço um Requerimento solicitando o adiamento da presente votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h41min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h42min): Estão reabertos os trabalhos. Requerimento, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, solicitando o adiamento da discussão por três Sessões.

Em votação. (Pausa) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estava aqui apertando o botão do microfone para que V. Exa. me concedesse a palavra para que eu pudesse me manifestar e esclarecer.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu recebi o Requerimento e coloquei-o em votação. Eu não consegui ver o gesto que V. Exa. fazia, porque a câmera ficou exatamente entre V. Exa. e esta Presidência. Por esse motivo coloquei em votação. Se a sua Questão de Ordem é relativa à votação, eu a concedo.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Nobre Vereador, quando V. Exa. colocou o Requerimento em votação, em um primeiro momento, falaram no adiamento de cinco Sessões. Depois, V. Exa. colocou em votação um Requerimento solicitando três Sessões, eu gostaria de saber o seguinte: em primeiro lugar, penso que a autora tem de apresentar alguma justificativa para o fato de ser três ou cinco. Sr. Presidente, Vossa Excelência deve assegurar a minha palavra.

 

O SR. PRESIDENTE: A sua palavra está assegurada. Ver. Isaac Ainhorn, este Presidente já havia colocado em votação e já havia manifestações de votos no Plenário. Vossa Excelência pode votar contrariamente ou se abster.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Não, eu requeiro verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Está deferido o Requerimento de Vossa Excelência. Solicito que o Ver. Paulo Brum compareça à Mesa para fazer a verificação de votação. O Ver. Isaac Ainhorn está impedido de presidir a Sessão por ser o autor do Requerimento que solicita a verificação de votação. Ver. João Dib, já vou lhe conceder a Questão de Ordem. Solicito que não façam uma polêmica sobre a Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn.

Esta Presidência já havia colocado em votação a proposta da Vera. Anamaria Negroni e a mesma já havia sido aprovada. O Ver. Isaac Ainhorn não se manifestou durante a votação. Posteriormente, o Ver. Isaac fez um requerimento de verificação de votação e esta Presidência deferiu e convidou o Ver. Paulo Brum para proceder a verificação de votação.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se o Vice-Presidente está no Plenário, ele tem que assumir a Presidência, ou é só Vice-Presidente para lotear os cargos para bagunçar a Sessão?

 

O SR. PRESIDENTE: É desnecessário responder a sua pergunta.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h47 min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 18h48min): Estão reabertos os trabalhos. Verificação de votação nominal do Requerimento da Vera. Anamaria Negroni solicitando o adiamento da votação do PLL nº 060/94 por 3 Sessões. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento por 10 votos SIM e 10 ABSTENÇÕES.

Conforme pareceres que já dirimiram essas dúvidas, mesmo que houvesse mais abstenções, continuariam valendo os votos sim ou não.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1037/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que obriga as escolas de formação de condutores de veículos automotores (auto-escolas), sediadas no Município de Porto Alegre, que possuam no mínimo 10 (dez) veículos em sua frota, à adaptação de um desses para o aprendizado de pessoas portadoras de deficiência física. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

           

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 45/97. Requerimento de autoria do Ver. Paulo Brum, solicitando o adiamento da discussão por uma Sessão. (Após a chamada.) Doze votos SIM e 01 ABSTENÇÃO. Não há quórum, votação anulada.

Encerram-se os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h57min.)

 

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